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Sugestão Musical: Say Yes To Heaven (Lana Del Rey)



Arremessei mais um vaso na parede.

Eu estava furiosa e confusa. Odiava esse misto de sensações e minhas memórias não estavam ajudando.

Atirei contra um dos quadros fazendo com que explodisse, um pedaço acertou uma das lâmpadas que partiu e deixou escapar toda a magia que a deixava acesa.

Levantei a mão repelindo com magia os cacos de vidro que vieram na minha direção.

Olhei ao redor.

Estava um pouco escuro já que eu tinha destruído metade do quarto, inclusive as lâmpadas. Encarei o espelho que estava a minha direita e me aproximei dele. Sob a luz fraca, eu vi as mechas que a Éris tinha retocado desbotarem pouco a pouco até ficarem alvas novamente.

Bati com as mãos na mesa.

– Aquela cobra! – gritei me referindo tanto ao Luther quanto ao Draven.

Eu odiava os dois.

Draven por ter me guiado ao Luther e o Luther por brincar com a minha mente. O que aconteceria com a minha mente se eu escolhesse descobrir a verdade? Eu ficaria em paz ou os meus pensamentos só se tornariam mais pesadelos?

Não sendo o suficiente, eu tinha quase certeza que o Luther sabia do Eclipse. Ele tinha conhecimento de tudo, espiões em todos os cantos, não deixaria escapar algo tão grande.

– Aquele desgraçado mentiroso! – Atirei uma estatueta contra a lareira. – Filho de Isan!

Esfreguei os olhos e respirei fundo.

Eu decidi ficar para tirar minhas dúvidas, mas o Luther não apareceu no jantar e eu tinha quase certeza que foi proposital. Nossos quartos tinham sido arrumados e uma pessoa informou que deveríamos nos retirar.

Eu menti para o Morgan dizendo que estava cansada e que dormiria. Ele achou prudente me deixar na porta, depois foi para o seu quarto que era no outro corredor.

Analisei o quarto e senti mais raiva.

O Luther não mudou exatamente nada. Tudo estava como no dia que decidi deixar Aron para sempre.

Pelo visto, não tive êxito na minha missão.

O papel de parede ainda era vermelho com a decoração de espinhos. A cama de casal tinha lençóis de seda vermelha, a lareira ainda tinha alguns livros que eu deixei para trás quando fugi. A escrivaninha e a mesa de chá também estavam lá. O banheiro agora estava maior e o closet tinha roupas novas e perfeitamente moldadas para mim.

Uma brisa entrou pela porta da varanda.

Eu disse para o Morgan que eu ia dormir, mas comecei a quebrar tudo que encontrei assim que vi ele sumir no corredor.

Andei pelo quarto com passos firmes.

Eu sentia tanta raiva que parecia que meu coração pararia a qualquer momento.

Me aproximei da porta de vidro e puxei ainda mais sua cortina para admirar a vista. O quarto ficava no segundo andar, no lado da sede que era mais voltada para a floresta. Admirei a noite e a lua fazendo súplicas para ela me ajudar, para que ela me desse um meio para me acalmar e ter bons sonhos, quem sabe um pouco de sabedoria.

Fechei os olhos e desejei com toda minha energia.

– Sim... estou melhor. – Expressei tentando me sentir em paz.

A Maldição da Floresta - AMF vol. 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora