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Eu estava examinando o mapa das minas aberto sobre a mesa do salão. Após ter aceitado o acordo com o Luther, ficamos decidindo qual seria a melhor forma de resgatar as pessoas sem termos tantas baixas.

– Não pode ser um grupo grande. – Morgan esfregou o queixo. – Eles perceberiam nossa aproximação.

– Podemos ocultar nossa magia por um tempo. – falei trilhando o percurso com o dedo no papel.

Eu estava concentrada, porque queria sair com este plano pronto daqui e só retornaria quando entregasse para o Luther todos os comandos necessários.

– Afinal, teremos ótimos feiticeiros ao nosso lado. – Provoquei o Luther.

– Certamente. – falou levantando o canto da boca. – Contudo, o Morgan está certo. – Seu dedo deslizava sobre a área que ficaríamos. – Seu plano consiste em entrar para retirar aquelas pessoas, se você tentar entrar com todos os feiticeiros para facilitar o resgate, você só aumentará o risco já que todos serão alvos fáceis e certeiros.

– Até porque você deseja destruir o laboratório. – Morgan falou pensativo. – Não importa de onde você olhe, no momento que você fizer, os caçadores aparecerão.

Meus olhos inquietos passeavam pela planta procurando alternativas mais práticas para realizar o plano. Eu preciso destruir aquele laboratório, mas como? Eu estaria fora dos limites da floresta, não poderia contar com a ajuda de Thyra.

– Eu e o Morgan podemos descer com três ou mais feiticeiros, guiando-os até os níveis mais baixos e lá nós fazemos portais que dão direto para a saída. Lá em cima, os outros já estarão posicionados para criar mais portais e o resto fica na retaguarda caso apareçam caçadores.

– E se os caçadores aparecerem enquanto vocês estão lá dentro?

Nosso líder estava se mostrando bem preocupado quanto a segurança do plano, porém pressentia que era mais o receio de perder bons soldados, ainda mais agora que finalmente tinha conseguido que eu ficasse do seu lado.

– Eu farei questão de matar todos. – Respondi com um sorriso frio.

Luther me olhou de cima e apreciou meu sorriso.

Pela primeira vez, eu entendi um pouco do seu protecionismo exagerado. Eu queria salvar o meu povo e não teria pena de quem estava atrás daquele brasão de sol estampado, não teria misericórdia com nenhum daqueles homens.

– Aonde levaremos todas essas pessoas ainda é um problema. – Morgan falou com a mão no queixo.

– Não podemos trazer para Aron ou seria assinar a sentença das pessoas que estão aqui. – Constatei.

O líder assentiu com a cabeça contente em ver que eu já estava cumprindo o acordo que propomos.

– Precisamos pensar. – Eu estava me questionando sobre isso quando uma luz veio à minha mente. – Towlte.

Eles olharam para mim confusos.

– Claro. – Ignorei ambos e puxei o mapa para perto traçando o trajeto com o dedo. – Towlte é longe o suficiente das minas, dentro de Thyra e próximo de Aron.

– Não colocaríamos nada em risco real. – Morgan murmurou.

– E ainda teriam a proteção do próprio lugar. – Luther falou se referindo as grandes rochas.

Era a melhor opção dada as circunstâncias.

– Teremos Thyra. Eu terei Thyra – Expressei conformada com o lugar. – Dentro da floresta eu mesma posso me encarregar da proteção de todos.

A Maldição da Floresta - AMF vol. 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora