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Morgan nos fuzilou com o olhar.

A noite já tinha caído, o Levi estava dormindo e nós estávamos reunidos na pequena biblioteca. Voltamos sem muitos problemas graças ao portal que a Éris abriu, mas assim que chegamos em casa, eu desabei na varanda.

A magia que deixei na Lisandra estava agitada, tentando se encaixar, mas era a forma de garantir que eles não seriam mortos. E só era preciso manter isso enquanto criávamos um plano.

– Você não podia ter feito isso. – Morgan falou esfregando os olhos. – Você pode matar aquela mulher. Você pode se matar, Khéssia!

Eu estava descansando no sofá ao lado da Éris.

Por inconveniência, ele nos encontrou no momento exato em que caí e o interrogatório começou. Obviamente ele não ficou feliz em saber da nossa aventura.

– Será por pouco tempo! – retruquei. – E eu sei que é arriscado fazer troca de magia, mas precisávamos de alguém do lado de dentro. Ajudando. Impedindo mais mortes.

Você não deveria ter apoiado essa loucura! – Morgan apontou para a Éris.

Ela lhe devolveu um olhar frio.

– Ela não é uma criança que não sabe o que está fazendo! – respondeu se levantando. – Todos nós sabemos os riscos das nossas ações!

– Foi imprudência! – Ele gritou.

– Foi necessário! – rebati ficando estressada.

Estávamos perdendo a linha.

– Eu sei que preza pelo nosso bem-estar, mas não venha com essa proteção exagerada. – Critiquei.

– Se você parar de tentar se matar, eu paro de agir assim. – falou entredentes.


Franzi a testa e me levantei na sua frente. Nossas magias se chocaram, mas nenhum de nós recuou.

Eu sou a mais poderosa! – Expressei com o olhar fixo no seu. – Com um poder igual ou até mesmo maior do que o do Luther. Então, pare de agir como se eu... – Pressionei meu dedo no seu peito. – Não fosse capaz de lidar com isso.

Morgan fechou a cara e travou a mandíbula.

– Eu não vou ficar parada assistindo a esse massacre. – falei a centímetros dele. – Eu vou fazer de tudo pelos nossos, mesmo que isso signifique sacrificar o meu bem-estar.

Éris colocou a mão entre nós e pressionou meu peito fazendo sua magia correr. Ela estava forçando contra nossas energias para que a tensão diminuísse. Eu me afastei agoniada.

Balancei a cabeça tentando sair do seu alcance e virei de costas.

Ouvi o Morgan expirar com força.

– Eu vou salvar aquelas pessoas.

– Eu não sou contra um plano! – Morgan respondeu. – É justamente pelo contrário que estou com raiva, porque vocês agiram sem nenhum, não sabemos qual a situação depois da provocação de vocês, se reforçaram a escolta, se bloquearam as saídas.

Ficou um silêncio na sala por uns minutos.

– Eles têm olhos de tigres. – Éris murmurou preocupada.

Morgan gemeu frustrado.

– Vamos nos preparar para qualquer inconveniente. – Éris disse pensativa. – Não tomaremos mais nenhuma decisão precipitada enquanto isso.

Quando me virei, o olhar do Morgan estava perdido até que me alcançou, analisou e semicerrou os olhos.

– Você não dirá nada ao Noah.

A Maldição da Floresta - AMF vol. 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora