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Sugestão Musical: Entre Nós Dois (Malta)



Venha!

Abri os olhos assustada.

Eu estava sozinha.

Levantei do chão tentando compreender aonde estava ou ao menos como tinha chegado a este lugar.

Era um cômodo com paredes escuras, vermelho ou preto, eu não sabia exatamente porque a iluminação era muito escassa.

Coloquei a mão na cabeça ao ficar de pé tentando fazer o mundo parar de rodar. Quando ele finalmente parou, eu olhei ao redor confusa. Franzi a testa procurando uma justificativa para estar ali.

Era uma sala redonda com, pelo menos, seis portas enormes e brancas. Fui até a primeira delas e mexi na maçaneta. Nada. Fui para a segunda e na outra depois dela, continuei assim até a última. Nada, todas trancadas.

O que está acontecendo?

Ouvi algo atrás de mim e virei rapidamente, mas eu estava sozinha naquele cômodo escuro e silencioso.

Fiquei dando voltas pensando em soluções.

Eu tinha quase certeza que estava com o Noah momentos atrás. Expirei profundamente, foi depois de descobrir que ele era um príncipe. Resmunguei. Eu deveria estar feliz, não devia? Não é isso que as garotas desejam nas histórias? Príncipes perfeitos?!

Fechei os olhos e apertei a ponte do meu nariz.

Eu sabia que eu não ligava para nada disso.

Eu queria apenas o Noah.

O Noah que não é perfeito e sente medo como qualquer outra pessoa. Que me salvou mais de uma vez e protegeu o Levi enquanto eu estive fora. Aquele que o sangue fervia ao menor sinal de injustiça.

Respirei fundo.

Medo de te perder.

Abri os olhos novamente passando a mão pelos cabelos.

Semicerrei os olhos e admirei o lustre acima de mim, a luz era fraca e isso atrapalhava minha visão, mas as velas foram as responsáveis por chamar atenção ou melhor, suas chamas. Observando com cuidado eu notei que o fogo estava imóvel, minha mente girou com essa conclusão.

É um sonho!

Quando eu tive essa epifania, começou um leve tremor no chão. Olhei assustada para o piso de madeira até que parou, ao levantar meu olhar para a sala as portas tinham sumido, no seu lugar estavam grandes e pesados espelhos adornados em prata que reluziam como diamantes. Todos refletiam a minha imagem.

Analisei o ambiente novamente tentando compreender o significado disso.

Os reflexos sumiram.

Dei um passo para trás.

Mexi minha mão de um lado para o outro.

Eu tinha desaparecido, mas era impossível não ter reflexo. Encarei o espelho e percebi que havia uma silhueta escura dentro dele, não tinha nada além dessa sombra densa. Fiquei apreensiva, mas não com medo. Mesmo assim fui tomada pela vontade súbita de correr, sentindo aversão ao que vivia ali.

Me aproximei lentamente e arregalei os olhos quando percebi o que o espelho estava refletindo.

A imagem não era nítida, mas eu reconheci.

Era eu.

Ou quase isso.

Às vezes, tornava-se apenas um borrão, outras vezes, ficava totalmente escura, mas era eu.

A Maldição da Floresta - AMF vol. 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora