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Me esquivei para sair do seu alcance.

Um braço me imobilizou e o outro levantou a espada na minha garganta. Acabei presa. O Noah era rápido e me prendeu contra seu corpo com facilidade. Sua risada grave saiu como música.

– Você é muito lenta... – falou no meu ouvido.

Já era a terceira derrota.

Pedi para treinarmos juntos, porque tinha curiosidade de ver a sua habilidade em combate (e não como professor). E era bom lutar com outra pessoa além da Éris ou do Morgan. Mas eu não imaginei que os treinamentos reais fossem tão bons.

Noah tinha reflexos perfeitos e a sua guarda quase não deixava aberturas para possíveis ataques.

Ele me soltou e eu me afastei subindo minha guarda novamente.

– Eu não quero machucar você. – Respondi passando o braço na testa para tirar o suor.

A espada era pesada.

Seus olhos negros brilharam com as minhas palavras atrevidas. Ele girou a espada com habilidade.

– Tente.

Balancei a cabeça rindo da sua audácia.

O orgulho me cegou.

Investi contra ele com mais velocidade e acertei um golpe de raspão no seu peito que fez com que ele recuasse. Uma fenda enorme abriu na sua camisa.

Sorri maliciosamente admirando aquela bela visão.

– Um ponto para mim.

Noah puxou sua blusa e a jogou longe.

– Espero que não se importe. – falou com cinismo.

Apertei o cabo da espada com mais força.

A distração era boa, mas fixei meu olhar nas suas mãos e me concentrei no movimento dos seus pés.

As espadas se chocavam ecoando o barulho de metal pelo salão do palácio, mas ninguém parecia ouvir ou se importar, pois em nenhum momento fomos interrompidos.

Abaixei para desviar do seu ataque e fui para suas costas, porém no momento em que levantei a espada ele girou e rebateu usando a força do meu próprio ataque para me afastar.

O choque fez meu braço arder.

Sacudi as mãos de forma alternada passando a espada de uma para outra. Eu não tinha costume de usar armas grandes, eu preferia algo discreto e por isso usava adagas, eram mais ágeis e permitiam movimentos mais livres, mas espadas? Eu achava uma arma pesada demais, por isso não era familiarizada o suficiente para ser habilidosa. Noah por sua vez, estava na sua zona de conforto.

E eu precisava tirar ele disso.

Fui para cima dele e com dois movimentos, ele não apenas revidou o golpe como colocou força suficiente para fazer a espada cair da minha mão.

Dei passos rápidos para tomar distância. Noah esbanjava um sorriso convencido no rosto.

– Um a um. – Gesticulou com sua mão para que eu me aproximasse.

Teoricamente, eu estava em desvantagem. Entretanto nunca disse que não usaria magia e como ela era minha melhor defesa, também era o meu melhor ataque.

Dei passos lentos liberando um feitiço de forma sutil para atrapalhar os seus sentidos. Aproveitei a sua distração quando viu a marca surgir na minha pele.

Foi o momento ideal.

Eu girei e chutei sua mão, uma ação tão súbita que não deu tempo para ele reagir.

A Maldição da Floresta - AMF vol. 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora