7. Aquele que se espreita

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Foi mais fácil se acostumar com a rotina em Hogwarts do que Emily tinha esperado. Depois de algumas semanas, os corredores já não pareciam mais um interminável labirinto e os fantasmas que perambulavam de uma sala para a outra não remetiam mais aos filmes de terror que via em casa.

Justamente quando sentia que já estava se ajustando ao seu novo normal, um aviso foi colocado na sala comunal, informando que as aulas de voo começariam na quinta feira e os alunos da sonserina estavam na mesma turma que os da grifinória.

Emily já tinha visto alguns alunos voando nos terrenos da escola, assim como se lembrava de Shane quase tê-la atingido o Beco Diagonal quando nem se conheciam ainda. Estando a uma distância segura, parecia ser fácil o suficiente, apenas subir na vassoura e flutuar, mas com a perspectiva de que ela mesma teria que controlar o voo... Seu estômago se contorcia só de imaginar.

Embora fosse um prodígio acadêmico, uma coisa que sempre esteve óbvia era a clara inaptidão da Sommers para atividades físicas. Quando se tratava de correr, desviar e fazer esforço, ela se considerava um completo zero a esquerda. Podia apenas torcer que o fato de não precisar usar suas pernas a servisse de alguma ajuda.

Depois do almoço daquele dia, no qual ela conseguiu apenas beliscar uma torta salgada e tomar uns goles de água, ambos acabando abandonados na mesa, a garota fez seu caminho para o campo onde a aula aconteceria na companhia de seus colegas de casa.

— Menina, você está parecendo o Barão Sangrento! — clamou Parkinson arregalando os olhos para sua aparência.

— Pansy! — censurou Daphne, dando-lhe uma cotovelada.

— O que? É verdade, ela está pálida e parece prestes a desmaiar a qualquer momento. — ela se explicou.

— Eu sinto que vou desmaiar. — disse Emily, fazendo uma careta quando alcançaram a luz do dia, abandonando o castelo de pedras.

Do seu lado direito, Michael, que não estava com uma cara muito melhor que a sua, soltou uma respiração profunda.

— É só uma aula, nada demais vai acontecer... — ele murmurou.

— Ah, relaxem um pouco! — Pansy falou, com um tom de voz incomodado. — Não é nada demais, os bruxos usam vassouras há milhares de anos! Qualquer um consegue!

— E a professora estará por perto o tempo todo, se algo der errado ela vai intervir. — adicionou Daphne, dando um sorriso encorajador.

Era fácil para elas falarem, tinham passado os últimos dias compartilhando suas histórias de voos, passando por florestas e encontrando com pássaros e nuvens, na companhia de suas famílias. Claro que voar lhes parecia uma segunda natureza, tinham crescido fazendo aquilo, enquanto para Emily, vassouras serviam apenas para tirar a sujeira de casa.

Ao chegarem ao espaço marcado, o grupo encontrou com outros alunos que tinham sido mais rápidos, incluindo Draco Malfoy, cujo rosto assumiu uma tonalidade perversa ao vê-los chegando.

— Ha! Nervoso Fawley? — ele riu, olhando o rapaz da cabeça aos pés. — Com medo de cair e não poder ir chorar para a mamãe que nem na última vez?

Desviando o olhar, Michael se afastou do grupo e escolheu uma das vassouras mais distantes, se recusando a voltar quando Emily protestou a sua partida.

— Qual é o seu problema, hein? — ela perguntou irritada.

— Meu problema? Eu não tenho problema nenhum, quem tem é ele, que não sabe aguentar uma piada. — Draco deu de ombros. — Nem todos tem a mesma habilidade que um Malfoy. Uma vez, eu e meu irmão voamos tão alto que encontramos um daqueles helicópteros dos trouxas e escapamos por um triz.

Rise [The Heir]  → H. J. PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora