Outubro chegou e passou tão rápido quanto um piscar de olhos. Entre as aulas, deveres de casa e o tempo que passava com seus novos amigos, Emily encontrou em Hogwarts uma felicidade maior do qualquer outra que já tinha sentido.
Quando não estava ocupada com os conteúdos escolares, a garota passava várias horas de seu dia com seus amigos, fosse correndo atrás de Whiskers pelos campos gramados com Daphne, lendo com Michael e Felicitty ou ouvindo Shane explicar sobre como funcionava o quadribol, com o mesmo entusiasmo que os meninos trouxas falavam sobre futebol. Até mesmo Pansy Parkinson tinha se mostrado uma companhia agradável, quando não estava perto de Draco, pois sempre tinha uma nova história que ouviu nos corredores para contar.
Enquanto todos eles certamente eram, ou pareciam ser, ótimas pessoas, Emily mantinha um pé atrás para confiar neles com tudo, temendo que com uma frase errada, fosse afastar todos de uma vez. Era difícil de manter amizades quando todos te acham esquisita e ela certamente não estava interessada em acabar sozinha outra vez, ainda mais agora, que não podia nem mesmo contar com Harry.
O garoto continuava falar com ela, sendo cada vez mais difícil de encontrá-lo nos corredores por acaso. Pela reação de Rony quando se encontraram, ela tinha certeza de que agora seu mais antigo amigo agora a detestava por ser da sonserina, assim como a grande maioria dos outros alunos da grifinória. Claro, o sentimento era recíproco dentro da casa das cobras, mas se ela e Shane conseguiam ser amigáveis, deveria haver mais exceções.
Mas qualquer preocupação que tinha com o Potter se esvaiu no dia em que foi consumida pelo cheiro de abóbora torrada, vendo cada centímetro dos corredores com decorações horripilantes para celebrar o Dia das Bruxas. Até mesmo os quadros nas paredes entraram no espírito da data e davam sustos nos alunos desavisados enquanto passavam.
— Muito bem, vocês não ouviram de mim, mas — Pansy começou a falar, bloqueando a saída de Emily e Daphne das estufas após a aula de herbologia. — Aparentemente, uma garota do nosso ano da lufa-lufa tem uma queda por Scorpius Malfoy!
— Quem? — perguntou a Greengrass, animada.
— Uma tal de Sarah Standish! Acredita? Como se os pais dele fossem permitir que ele se aproximasse assim de alguém fora dos Sagrado 27. — zombou a garota, revirando os olhos. — Mas eu entendo, ele realmente é um sonho.
— Seus pais escolhem de quem vocês se aproximam? — perguntou Emily, confusa, tentando a todo custo se livrar da gosma de uma das plantas que tinham estudado naquela tarde, que tinha por acaso escolhido soltar um jato em sua direção.
— Não todos, mas quando se trata de uma pessoa que pode estragar a linhagem, eles precisam intervir. Eu tenho uma prima que terminou um namoro de cinco anos porque os pais a arranjaram com um Rookwood. — contou Pansy, arregalando os olhos para enfatizar. — Claro, existem algumas exceções...
— Como eu. — completou Michael, se juntando a elas depois de lutar para passar pelos outros alunos. — Meu pai é um Fawley, mas minha mãe tem descendência mestiça. O drama!
— E embora elas existam — ela continuou, ignorando o rapaz. — Acabam destruindo a estrutura da família! Acabam se desmanchando.
— Eu estou bem aqui. — o garoto falou outra vez, revirando os olhos.
Finalmente, o grupo entrou no castelo, sendo bem recepcionado pelas gárgulas falantes que rodeavam a porta.
— Pansy, você só diz isso porque é o que os seus pais dizem. — complementou Daphne. — Não somos todos iguais, sabia? Minha família já deixou de acreditar nessa baboseira há muito tempo.
— Tudo bem, existem várias exceções, mas os Malfoy não são uma! — Parkinson insistiu. — Atualmente, eles são a família bruxa mais influente da Grã-Bretanha, precisam manter as aparências.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rise [The Heir] → H. J. Potter
FanfictionEmily sempre acreditou que era diferente das outras pessoas. Sempre enxergou o mundo de uma forma diferente, que ninguém mais parecia ser capaz de entender. Coisas aconteciam a sua volta, sem nenhuma explicação lógica de como ou porque. Ela era dif...