Até Que a Morte Nos Separe

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Com a ajuda de Leonardo, entrei na mansão outra vez.

Por mais que todos já soubessem sobre a minha morte eminente, os olhares curiosos começaram a me chamar a atenção. Os cochichos se espalharam pela mansão e todos já começavam a projetar o que imaginavam sobre a liderança de Alice e Sean.

Muitos diziam que Alice não estava preparada para liderar nada e que não tinha nem sequer cuidado bem dos Híbridos, imagina dos Comuns. A verdade era que ela havia se saído muito bem para alguém recém transformado.

Alice criou um clã do zero, o fez multiplicar-se em quase quatro vezes ao longo de cinco anos, mesmo que tenha ficado desaparecida por dois. Os híbridos se tornaram uma organização ao longo desse tempo, principalmente fora dos Estados Unidos.

Ela era incrível e eu tinha a absoluta certeza que seria mil vezes melhor para os Comuns. Por isso eu repreendia todas as pessoas que falavam uma besteira daquela.

— Estou cansado de falaram mal dela, sem nem sequer a conhecerem direito — comentei para Leonardo.

— Deem um tempo a eles — respondeu enquanto abria a porta do meu escritório e me conduzia até a poltrona.

— Alice não teve como mostrar a que veio. Tudo aconteceu de uma maneira conturbada. Desde o seu primeiro dia no clã. Muitos colocaram na cabeça que ela fazia mal a mim e, consequentemente, a eles. — Me permiti afundar ali e relaxar um pouco. Eu me sentia cada vez mais fraco.

— Estavam acostumados a você trabalhando loucamente o tempo inteiro. Quando perceberam que ela lhe aliviava esse fardo, não souberam lidar com o fato de que você também precisava distrair a mente e tem o direito de amar alguém. Isso é: estão com ciúmes.

— Se eu morrer, a maioria deles não terão com o que se preocupar. Voltarão a ser humanos comuns.

— Victor...

— É uma opção — concluiu e o homem cruzou os braços diante de mim. — Claro que não é minha primeira escolha, já que não quero morrer, mas temos que pensar nas outras opções.

— Quando vai falar com a sua mãe? — ignorou minha explicação.

— Ainda hoje. Não tenho muito tempo, não é? — comentei, vendo Alice cruzar a porta do escritório.

— Sean me falou que queria me ver. Está tudo bem? — perguntou, cumprimentando Leonardo em seguida com um sorriso e um aceno rápido de cabeça.

— É melhor eu ir andando. Tenho coisas a tratar na matilha — comunicou. Me apertou a mão rapidamente.  — Pensa sobre o que a gente falou! — Acenou de volta para Alice.

— Pode deixar — respondi por fim.

— Até mais — se despediu, saindo da sala em seguida.

— Antes que você pergunte sobre o que conversamos, vou te falar. — Indiquei o lugar para Alice sentar. — Leonardo veio me alertar sobre algo que conversamos há algum tempo. A respeito do desaparecimento de uma das espécies de lobisomens que existia. — Ela me observava com o cenho franzido. Por isso tratei de completar. — Como bem sabe, ele é o primeiro dos lobisomens. O que não sabe é que, assim como eu e Arthur, ele tinha um irmão que também foi amaldiçoado ao nascer.

— Gêmeo?

— Não, mas de idade muito próxima — respondi dando prosseguimento. — Acontece que houve uma época em que os vampiros perderam o controle de quem caçar e quando caçar. Acabamos deixando rastros de corpos por todos os lados. Isso chamou atenção de alguns humanos. Esses caçadores apanharam o irmão de Leonardo e o matou.

Infinito - Livro 3 (Trilogia Imortal)Onde histórias criam vida. Descubra agora