Conexão

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Depois que toda aquela palhaçada política aconteceu, Sandra nos mandou de volta sozinhos. Ela sabia que não seria uma boa ideia viajar quase uma hora conosco. Não depois do que aconteceu na Casa Branca. Então quem nos trouxe foi um dos assessores do governo.

De alguma maneira eu sabia que ele não estava ali simplesmente por estar, por isso nós três resolvemos não trocar nenhuma palavra enquanto viajávamos. O carro parou em frente à mansão e sem perda de tempo descemos.

— Caso haja alguma coisa que requeira a presença dos líderes, entraremos em contato por telefone — ele comentou. — Tenham uma boa noite, senhores e senhorita — bateu a porta e o carro seguiu para fora da minha propriedade.

Entramos na casa em seguida, mas não a encontramos em paz como havíamos deixado. Todos falavam alto e tentavam se sobrepor a voz do outro. Ian tentava controlar a todos e fazê-los calar, mas não parecia dar certo.

— Eles chegaram — uma voz gritou no meio da multidão e então houve aquele silêncio mortal enquanto eles voltavam suas vistas em nossa direção. Antes mesmo que eu conseguisse sequer pensar, aqueles homens e mulheres começaram a vir caminhando, enquanto o burburinho aumentava gradativamente. Todos fazendo perguntas ao mesmo tempo. Eu já não conseguia mais entender o que falavam, visto que as vozes se embaralhavam na minha cabeça.

— Já chega! — gritei e o silêncio tomou o lugar. Eu respirei de maneira profunda, passei a mão nos cabelos e prossegui. — Fala um de cada vez, por favor. Ouviremos a todos.

— Eu primeiro — Ethan saiu do meio de todos, com uma das mãos erguidas no ar. Ele e a esposa haviam chegado de viagem da Itália algumas horas antes, enquanto ainda estávamos em Washington fazendo toda aquela palhaçada. Estavam morando lá desde que tudo aconteceu.

Ethan disse que também era bom se afastar, depois de tudo. Não se conformava com o fato de ter sido controlado por meu pai. Sempre dizia que poderia ter sido mais forte e não ter cedido, embora eu duvidasse muito. Dessa forma permiti que fosse para que pensasse no assunto. Quando se sentisse bem ele poderia retornar e tomar o posto dele no conselho.

Ao vê-lo, sorri! Se aproximou de mim e me apertou a mão, antes que eu o puxasse para um abraço.

— Você fez falta, meu amigo — comentei.

— Vocês também — respondeu sério. — Mas antes que coloquemos o papo em dia, preciso lhe falar.

— Então fale o que queria dizer — dei abertura para ele e Ethan assentiu.

— O que diabos acabou de acontecer, Victor? Como assim vocês são os líderes do departamento de assuntos sobrenaturais? — perguntou apreensivo e me falou em mente. — Todos acham que vocês se venderam. Por favor, me diga que isso não aconteceu.

— Nós fomos enganados — respondi com um pouco mais de altivez. Para que todos que estavam naquela sala pudessem me ouvir. Alguns se olharam e assentiram e outros ainda nos observavam desconfiados. — Fomos compelidos a aceitar. Era isso ou os caçadores iriam matar todos vocês. Nós, como líderes, não podíamos simplesmente aceitar que eles entrassem aqui e fizessem isso.

— Eu senti cheiro de sangue humano há algumas horas — respondeu uma jovem do meio do povo. — Será que eram eles?

— Com certeza eram. Eu vi os caçadores — Ian interveio tomando a frente novamente. Falava de cima de uma cadeira. — Estavam aqui, na propriedade. Quando o pronunciamento acabou, eles se retiraram. Arthur me avisou por ligação criador-criatura.

Infinito - Livro 3 (Trilogia Imortal)Onde histórias criam vida. Descubra agora