Infinito - Livro 3 (Trilogia Imortal)

Tenha Fé

Duas horas antes:

— Não temos armamento suficiente para todos os vampiros — Sean confirmou quando meu irmão solicitou o estoque. Dave estava preso e não tinha como fazer sair de sua empresa a quantidade de armas que necessitávamos, sem que levantasse alguma suspeita ou fosse acusado de contrabando. As leis com relação a armas são muito rígidas, então ele não poderia ligar e mandar alguém fazer. Tinha que ser ele mesmo, sem envolver ninguém que poderia iniciar um boato sobre nós.

— Os híbridos mantem armas? — Leonardo perguntou para Alice.

— Poucas. Assim como os modificados, os híbridos conseguem se passar facilmente por humanos. É mais fácil se esconder dos caçadores ou de qualquer ameaça.

— Ainda assim, os Modificados tem um estoque considerável. Acredito que consigamos armar a todos — respondi. Victor assentiu. — Vou comunicar o que está para acontecer e os levarei até o nosso antigo clã.

— Vai dar tempo? — Leonardo questionou.

— Hoje o sol se põe as dezessete e trinta. Se não der tempo, eu vou direto para lá com os meus. Porém, acredito que não vamos demorar tanto se sairmos agora.

— Faça isso, Arthur! Por favor — pediu o meu irmão. Assenti. Me levantei e deixei a sala.

Enquanto descia as escadas, chamei Ian e Caleb em mente. Pedi para que localizassem Annabelle e me encontrassem na frente da mansão com todos os outros modificados.

E assim eles fizeram.

Aos poucos os Modificados foram se aglomerando, sob o olhar atento das outras espécies de vampiros.

— Hoje fomos convocados para um trabalho importante. Algo que colocará um fim a perseguição dos caçadores para conosco e com os lobisomens, mas para que isso aconteça nós precisaremos lutar. — Eu, como líder dos modificados, tinha a obrigação de comunica-los no que estavam se envolvendo. — Vocês têm a escolha se querem estar ao nosso lado nessa briga ou se não querem participar. Vamos, juntos com os caçadores, atacar o ninho do Lupus hirudus. Quem quer ir? — perguntei. Alguns deles se olharam e abaixaram a cabeça. Outros levantaram a mão na mesma hora. — Está bem! Aqueles que não querem, venham comigo também para o clã. Vocês nos aguardam lá. Vai ter bastante gente nessa casa mais tarde e é bom para não atrapalhar.

Recebi a confirmação em seguida e conduzi todos para fora da mansão. Aos poucos, os furgões pretos foram estacionando na frente da entrada e mandei que todos fossem entrando. Chegamos no clã alguns minutos depois.

Eu não julguei e jamais julgaria aqueles que resolveram não seguir conosco. Muitos tinham família e já presenciaram o que a nova espécie era capaz de fazer. Por isso temeram. Um dos casos foi a minha própria mulher: Annabelle disse que não iria, justamente por causa do nosso filho.

— Promete que vai ficar bem? — perguntou me abraçando.

— Eu prometo. Vou voltar inteiro para você e para nosso bebê. — A abracei, dando um beijo no topo de sua cabeça. Ela me apertou como conseguiu, por causa da roupa de caça que eu vestia. Por causa do colete protetor, eu ficava bem maior do que era. — Enquanto isso, se cuida. Você está responsável por esse clã na minha ausência. Entendeu?

— Sim, eu entendi — respondeu, me dando um beijo. — Boa sorte.

— Eu vou ter.

...

Aos poucos, todos nós conseguimos nos armar e ainda restaram aquelas que seriam entregues aos Híbridos. Levamos também roupa de caça para eles, já que certamente os Comuns não teriam o suficiente.