Chegamos a Rockville cerca de quarenta minutos depois. Alice e Arthur vieram no carro comigo e com Sean. Ian, Caleb e Dave retornaram no mesmo carro que chegaram na mansão.
Descemos dos veículos e paramos em frente à entrada do lugar. A porta estalou uma vez e então se abriu. A julgar pela calmaria que estava lá dentro, presumi que Lonel não havia feito nenhum alarde realmente. Quando Annette viu o meu irmão, ela deu um grito fino e correu em sua direção. Se jogou nos braços de Arthur e o beijou como sempre fazia ao vê-lo. Ian a olhou torto, já que tinham seis meses namorando. No entanto, ele sorriu quando ela o olhou fazendo bico. Entendia que ela estava feliz por seu líder ter voltado e nada mais além disso.
Aos poucos as pessoas iam se aproximando de nós, quando percebiam do que se tratava. Andrei saiu do quarto, segurando sua filha nos braços, quando ouviu o barulho. Paralisou estupefato ao ver Alice na porta, abraçando Lonel que já a erguia no ar e rodava com ela.
— Mãe? — perguntou tão baixo que apenas um vampiro conseguiria ouvi-lo. Entregou o bebê para Tricia e saiu correndo na direção de Alice. Parou em frente a ela, sem reação alguma. A mulher sorriu para ele e tocou em seu rosto delicadamente. Ao senti-la, ele percebeu que não era uma ilusão ou coisa da sua cabeça. Então a segurou nos braços e a apertou com toda a força que tinha, não conseguindo impedir as lágrimas. Tricia logo trouxe a bebê para que Alice pudesse conhecer. Eu não conseguia me lembrar de um momento onde ela tivesse ficado tão feliz desde o dia em que a conheci. Ela era avó e aquilo fez com que chorasse abraçada a bebezinha. Eu observava tudo a distância. Era tão bom ver a felicidade de todos ao reencontrar Alice e meu irmão.
Mas então eu procurei por ela. Annabelle não estava na sala e isso me fez seguir até o seu quarto e abrir a porta devagar. A mulher dormia tranquilamente e parecia que nem todo o barulho do lado de fora a faria acordar. Na realidade, o clã dos lobisomens era barulhento já de natureza. Fosse pelas disputas que eles faziam na sala de convivência ou fosse por ter várias pessoas falando ao mesmo tempo. Acredito que ela tenha se acostumado a isso. Liam dormia no berço, ao lado da cama.
Deixei o quarto rapidamente e me aproximei de Arthur. O fiz me seguir, passando por todos aqueles que o cumprimentavam e mandei ele entrar. Parei no batente da porta, esperando para ver a reação da mulher ao acordar e dar de cara com meu irmão. Ele se aproximou dela e deitou ao seu lado na cama. Fez um carinho em sua bochecha e ela se mexeu. Se espreguiçou ao abrir os olhos e a julgar pela expressão tranquila, imaginei que não o havia reconhecido de imediato. Confirmei quando ela se sentou olhando para ele. Arthur apenas sorria.
— Aconteceu alguma coisa? Você passou o dia fora — perguntou ainda sonolenta. Percebi que ela não respirava, por isso não havia identificado que não era eu. Meu cheiro e o cheiro de Arthur são bastante distintos. E ficou ainda mais depois que meu irmão bebeu o sangue de Alice, antes do laboratório explodir.
— Não foi só um dia fora. Segundo meu irmão, foi um ano e dez meses — ele respondeu e a mulher o olhou completamente espantada. A voz era inconfundível e a resposta que ele deu foi só um complemento, mas foi o suficiente para fazê-la ficar sem reação alguma. Só depois de um tempo foi que sentiu minha presença na porta e se virou para me encarar.
Quando me viu, todas as lágrimas que estavam acumuladas caíram com fúria. Virou-se novamente para meu irmão, parecia não acreditar no que via. Arthur apenas sorria, um sorriso bobo no rosto que há muito não o via fazer. Ela ergueu sua mão na direção dele, tocando-lhe o ombro. Ao perceber que não estava sonhando, retraiu a mão com pressa.
— Eu estou ficando louca. Você está mesmo aqui? — perguntou sem desviar o olhar dele.
— Sim, meu amor. Eu estou mesmo aqui — ele respondeu, antes que ela o agarrasse com força e o abraçasse. Não continuei mais ali, não queria atrapalhar mais. Fechei a porta sorrindo e caminhei pelo corredor em direção a sala de convivência. Alice ainda falava com todos, os cumprimentando, mas ao me ver ela não mais desviou os olhos de mim. Encostei na parede e cruzei os braços, esperando que ela terminasse aquilo. Então ela pediu licença a todos e cruzou a sala em minha direção. Um sorriso brincando em seu rosto, desviando os olhos fingindo constrangimento.
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Infinito - Livro 3 (Trilogia Imortal)
VampireEste livro faz parte de uma trilogia, sendo este o último volume. Dessa maneira, segue o link do primeiro e do segundo volume para que você possa ler antes: 1 - https://www.wattpad.com/story/27356482-imortal 2 - https://www.wattpad.com/story/4165677...