Capítulo 2

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Celine acordou, incomodada com o frio, tentou arrebanhar as cobertas e acabou encontrando algo mais sólido e quente. Ah sim... dormia com um homem, Antonio. Ele resmungou qualquer coisa e a cobriu com o braço. Ao sentir a ereção roçar em seu traseiro, instintivamente se ondulou contra ela.

Antonio voltou a resmungar, desta vez, parecia satisfeito.

Bongiorno, amore del mio core. – Fez ele, já totalmente desperto. Apertou-se um pouco mais a ela, e buscou a maciez dos seios.

— Não, Antonio, isso dói! — Celine reclamou, afastando a mão dele.

— Ontem, suportou muito bem. — Ele reclamou. O relógio apitou e ele praguejou em italiano. — Vou ter que levantar. Esqueci-me de cancelar com a Terra, ela já deve estar a caminho. Terra é minha preparadora física. Desça até a academia mais tarde, quero apresenta-las.

— Preparadora?! Física?! — Celine replicou cada uma das palavras, tentando imaginar como algo assim poderia dar certo no relacionamento dos dois. — Acho melhor, não. Não estou com a menor disposição de conhecer sua "preparadora física".

— Não seja ciumenta. Desça, va bene? Vou perguntar se ela está habituada a treinar grávida. Você vai gostar dela, Celine. Confie em mim, Terra é uma ótima profissional.

Antonio já tinha deslizado da cama. Celine não disse nada, acompanhou os movimentos dele até vê-lo desaparecer no banheiro. Antonio, pelo jeito, gostava de viver cercado por mulheres, mas ela não seria obrigada a lidar com isso. Se Margo, a tal governanta, tiver menos de cinquenta anos e seios fartos, começaria a limpeza com ela.

Celine afastou as cobertas, emburrada, decidiu descer e alimentar o gato, enquanto seu futuro quem sabe marido se arrumava para sua amiguinha atlética. Mister Graaf estava no andar de baixo, provavelmente não soube como encontra-la ou não conseguiu. Antonio gostava do quarto climatizado, isso significava que as portas estariam fechadas para ele de agora em diante. Abriu a porta do armário e pegou o pote de ração, despejou um pouco na vasilha e ficou observando o modo como o bichano atacava a comida. Talvez fosse hora de comprar um dispenser de ração eletrônico.

Ainda irritada com Antonio, e totalmente sem apetite, ela decidiu ir até o estúdio para verificar seus e-mails. Enquanto a tela do computador se abria, pegou o celular largado sobre o sofá na noite anterior e abriu os arquivos de ligações não atendidas. Havia número com um prefixo que ela não conhecia. Abriu o correio de voz e se surpreendeu com um grito. Era Bianca, eufórica com a notícia do casamento. Ligou assim que leu seu e-mail, mas com a enorme diferença de fuso horário entre os dois continentes, não a encontrou acordada. Celine digitou uma breve mensagem para ela e tratou logo de ligar para Rose para marcar uma visita. Os Petersons com certeza já sabiam da notícia.

Seu estômago se contraiu ao ouvir a voz da mãe de Bianca.

— Rose, oi! Eu liguei a essa hora porque sei que acorda cedo para preparar o café do Robert. Podemos nos falar um minutinho?

— Claro, minha querida! Se for sobre o casamento, já estou sabendo. Bianca fez o favor de me acordar de madrugada para dar a feliz notícia. Mas eu fiquei tão feliz que nem me importei.

— E quanto ao Robert, Rose, ele já sabe?

— Não tive coragem de contar ainda. Sabe como ele é... esse tipo de notícia tem que ser dada no momento certo.

— Eu sei. — Celine suspirou. – Ai, Rose, eu já estou em Baltimore, acredita?

— Ah, não me diga! Já que é assim, vou deixar para que você mesma dê a notícia a ele. Tenho certeza que Robert ficará feliz de saber que vai morar perto da gente. Esse seu noivo não planeja leva-la para Itália, não é mesmo?

O Casamento de CelineOnde histórias criam vida. Descubra agora