Margo tentou acudir, mas não foi rápido o suficiente. Pietra, que estava toda suja de molho de tomate, foi retirada do cadeirão e acomodada nos ombros do pai.
— Povero, mais uma camisa feita à mão totalmente arruinada. – Margo lamentava.
— Nada, mia cara Margo, é bom o suficiente para mia bambina.
Pietra havia crescido e se tornado uma garotinha de sete meses. Ela era bastante cativante; com seus grandes olhos escuros adornados por cílios espessos. Adorava o pai, enquanto a mãe não estivesse perto e não fosse hora de mamar.
— Tetê! — A pequena gritava, agitando os bracinhos e apontando por sobre os ombros do pai.
— Mamãe não a quer agora. Vai sujar seu vestido caro dela.
— Mammam... — Sua filha continuava insistindo, empurrando com os pezinhos na direção onde queria ser levada. – Tetê!
— Você quer o tetê? Eu também quero. Temos um problema, então.
Margo riu, Celine fez uma careta enquanto torcia o pano na pia. Aproximou-se da filha e tratou de limpá-la para que pudesse segurá-la no colo. Antonio não se importava em destruir uma camisa de mil dólares, mas ela valorizava as roupas que Samantha, periodicamente, enviava para ela.
— Está vendo, Pietra, mamãe não quer estragar o vestido. Não deveria se importar tanto com ela. — Antonio provocou, mas a filha só fazia se contorcer em seu colo, tentando alcançar a mãe.
— Sabe Pietra, é que a Mamãe não cresceu vendo direito brotar em arvore.
— Eu tão pouco. Mia cara Margo dará um jeito nesta camisa! — Antonio gritou para alcançar a governanta.
— Sì, sì, espero che sì. – Margo respondeu.
— Pietra já está com sete meses, Celine. Isto vai acabar se tornando indecente. — Antonio voltou a implicar, ao ver a filha tomando o peito da mulher com um suspiro de prazer. — Esse peito, Pietra, era para ser meu. Largue-o e o papai a recompensará com um pônei.
— Chega Antonio! — Celine deu um basta nas reclamações do marido. Ele saiu fazendo caso, aumentando ainda mais sua mortificação em relação à Margo. Logicamente que a governanta era discreta nesses momentos, mas Antonio não tinha o direito de constrangê-la onde quer que fosse. Além do mais, ver os ciúmes dele se estender até a filha era um pouco irritante. Antonio andava impossível em relação à amamentação.
Mister Graaf, o outro ciumento, veio se entender a seus pés. Esse, pelo menos, se conformava apenas em fazer sentir a sua presença.
— Eu te amo, minha querida Pietra. — Ela fez, enquanto acariciava os cachinhos da filha com as pontas dos dedos. Antonio não entendia o quanto aquele precioso momento era importante para as duas. Não que Antonio não amasse a filha incondicionalmente. Pietra era tudo para ele. O único viés entre os dois era em relação à amamentação, o sentimento de posse que ele parecia nutrir pelo corpo da esposa.
Celine, depois de amamentar a filha, a levoupara cima. Deu banho na pequena e a pôs para dormir. Quando voltou à cozinha, Antoniojá havia trocado a camisa e descido para almoçar. Margo servia a comida e enquantoos dois almoçavam, ela ia passando o relatório de como tinha sido a manhã dacriança. Receberam a visita de Rose, que aparecia sempre no meio da manhã,passava umas duas horas brincando com a menina enquanto Margo preparava oalmoço. Esse era o momento em que Antonio voltava ao assunto:
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O Casamento de Celine
RomanceGrávida, vivendo escondida na cidade de Nova York, Celine apenas queria seguir com sua carreira. Criar o filho sozinha não parecia tão mal quanto apostar seu coração em Antonio Navarro, o italiano pervertido que a engravidara. Navegar pela costa it...