Capítulo 19

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Talvez em vinte dias ou menos, se tudo der certo. O projeto é grande e tivemos que lidar com aquele problema hidráulico.

— Então, eu vou pedir uma nova reunião com o cliente e explicar a necessidade de um novo prazo.

— Podemos remanejar o pessoal encarregado...

Antonio desviou a atenção da conversa enquanto sentia um calafrio na base de sua nunca. Imediato a isso, um arrepio estranho percorreu suas costas até a planta do pé, ele alargou o colarinho da camisa e levantou os olhos até o céu por um instante. Depois se virou. Foi um pouco assustador quando viu as feições dela se condensarem no meio dos corredores do estaleiro. Ignorou o mal-estar que agitou suas entranhas e tornou a se concentrar em Miguel, engenheiro do estaleiro.

— Você está bem, Antonio? Ficou meio pálido de repente.

Sì, sì. Tive uma sensação estranha, achei que fosse a Celine.

Miguel estendeu os olhos e franziu a testa em estranhamento.

— Mas é ela. É a sua senhora que está ali.

— Celine?

Ele se virou enquanto algo se convulsionava dentro dele. Teve medo que Miguel tivesse se enganado, Miguel e seus próprios olhos embaçados pela insônia.

Dio Padre, é a Celine mesmo.

Suas pernas se moveram para junto dela, sem que ele percebesse direito o que estava fazendo.

— Celine, amore, é você...

— É claro que sou eu, Antonio. Estava esperando que terminasse com Miguel antes de me aproximar.

— Mas não precisava. Você não tem que esperar por ninguém, mia perla. Oddios, achei que estava vendo coisas.

— Seu bobo. Eu também fiquei imensamente feliz quando vi você de longe. É estranho, não é? Depois de tanto tempo.

— Tempo demais. Ele repetiu, enquanto estendia o braço para tocá-la. E foi só quando seus dedos sentiram a pele sedosa dos braços nu que ele teve certeza que era real. — É você, mio amore, você está de volta.

— Claro que estou. Eu disse que voltava. Não dá para acreditar que você desconfiou disso.

— Eu fiquei louco, Celine. Louco de medo de não te ver mais. Você e mia cara banbina. Cadê a Pietra?

— Ela está lá em casa, com a Margo. Eu pensei em ligar, pedir para você chegar mais cedo, mas eu já não aguentava mais de saudades. Os seguranças vieram comigo. Vê?

Antonio viu os dois seguranças do outro lado e assentiu.

, e eu sinto muito que tenha que ser assim, mia perla. Gostaria muito de poder oferecer a vida que você merece. Realizar todos os seus desejos.

— Não. Não, Antonio, não precisa. Você tem que parar de mimar como se eu fosse de porcelana. Você tem que saber que eu te amo, que eu quero ficar com você de qualquer jeito.

— Você o quê?

— Eu te amo, Antonio. E me desculpa por não ter dito isso antes.

Dio mio, eu só posso estar sonhado. Eu só não entendo porque seu toque parece tão real, o calor da sua pele, seu cheiro delicioso.

Celine riu.

Andiamo, meu marido, vamos para casa. A pietra sentiu muita a sua falta, ela precisa ver você antes de dormir.

O Casamento de CelineOnde histórias criam vida. Descubra agora