Capítulo 7

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— Tem algo de errado comigo, Antonio. Isso não pode ser normal!

Celine chorava encurvada sobre o volume espetacular que havia se transformado seus seios. Eles estavam o dobro do tamanho desde o dia anterior, inchados e febris. A enfermeira a alertara que a descida do leite poderia ser dolorosa. Mas ela não imaginou que fosse tão ruim.

— Calma, amore, você foi tão corajosa ontem. Vai tirar a amamentação de letra.

— Mas como?! — Ela quase gritou. — Como eu vou conseguir amamentar a nossa filha com os seios parecendo um saco de pedregulhos? Não sai uma gota, só tem pedras aqui dentro!

— Talvez devamos massageá-los.

— Não!

— Celine, é o único jeito.

— Não... — Ela voltou a chorar, copiosamente. — Não vê que doem? Doem muito, Antonio...

Enquanto isso, Pietra berrava no colo da avó. Valentina voltava ao quarto a cada minuto para saber se Celine estava pronta.

— Ainda não, madre. Só mais um pouco. — Antonio pede mais uma vez.

— Devo mandar comprar uma lata de leite, só por garantia? — Valentina pergunta.

Celine pulou da cama.

— Não! Antonio, não. Eu devo amamentar a nossa filha. É importante que ela tome meu leite.

Valentina insiste, os gritos da menina estavam se tornando insuportáveis:

— Será apenas por hoje, Celine. Ela não vai rejeitar o peito com uma única mamadeira.

— Valentina, não! — Antonio encerrou e sua mãe tornou a sair do quarto.

O choro da filha fazia com que Celine latejasse por dentro. Parecia que tudo aquilo ia se romper a qualquer momento e um rio inteiro sairia de dentro dela.

— Por que não sai? Eu sinto os bicos arderem, parece que vai sair, mas não sai nada. Doem como se eu estivesse sendo arrebentada por dentro.

Antonio tirou os sapatos, sentou na cama com as costas apoiadas na cabeceira e chamou por ela:

— Venha, amore. É claro que está doendo, você não dormiu nada na noite anterior. Tudo fica pior depois de uma noite insone. Enquanto eu estiver massageando-a, pense na Pietra e no quanto quer amamenta-la.

— Só se você prometer que não vai apertar muito.

— Prometo, vou apertar apenas o suficiente. Se não adiantar, vamos ao médico.

Celine voltou para cama e acomodou as costas no peito do marido. Antonio desfez o laço do robe, ela não usava sutiã, até o contato com o tecido era insuportável. Ele envolveu os seios com as mãos, foi sentindo os caroços com as pontas dos dedos. Celine gemia com esse simples toque. Ambos sabiam que ele teria que apertar com mais força para desfazer os nódulos. Escolheu a região perto do mamilo para começar. Foi suave no começo como se debulhasse uma espiga de milho. Celine voltou a chorar, corroído de pena, ele pensou em parar com tudo. Mas uma gota, uma pequena gota de leite surgiu na ponta.

— Veja, já está funcionando.

— Não acredito! Antonio, eu tenho leite!

— É claro que tem. Há muito leite aqui dentro, eu só tenho que apertar um pouco mais forte para que ele desça completamente.

O Casamento de CelineOnde histórias criam vida. Descubra agora