Discutiam novamente:
— Outra mulher?! — Celine perguntou, exasperada. Até quando Antonio pensava em seguir com a aquilo?
— Não foi uma coisa que escolhi, acredite, ela me foi designada pela loja. Vai gostar dela, Samantha é uma pessoa flexível e bastante conciliadora.
— Mas Antonio, uma personal shopper?! Depois de tantos anos com Bianca no meu pé, eu terei que aguentar uma profissional com carteirinha e tudo.
— Conseguiria fazer isso sozinha?
O olhar dele caiu primeiro, o dela apenas o seguiu. E ambos foram parar no surrado moletom, arrematado pelos tênis puídos. Não era nada bonito, Celine sabia, mas detestava ver suas incompetências serem expostas tão cruelmente
— Eu não gosto muito de fazer compras. — Tentou se justificar.
— Percebe-se. Mas não se preocupe, pessoas ocupadas geralmente não gostam. Para isso há os profissionais como Samantha. É muito cômodo, você vai perceber.
— Está bem, mas eu deveria fazer isso com calma. Não desse jeito! Eu realmente tenho de ir a esse clube náutico com você no sábado? Está muito cedo, não sei se estou preparada.
Antonio tocou o pescoço alvo e observou de perto os olhos ambarinos piscarem trêmulos de expectativa. Entendia o quanto Celine detestava o modo como a imprensa se relacionava com ele. Nem ele próprio gostaria de torna-la parte daquele circo, mas era necessário. Celine fazia parte de sua vida agora, e o quanto antes se acostumasse com aquele tipo de exposição, melhor.
— Será um evento familiar, quero esteja ao meu lado. Você não vê o quanto isso vai me deixar orgulhoso?
— Antonio!
— Eu sei que detesta essa parte da minha vida, mas é algo que não posso mudar. O estaleiro precisa estar em evidencia. Infelizmente eu faço parte do pacote. Além disso, perla, vai ser melhor para todos nós apresenta-la a imprensa como minha noiva.
— Duvido que o falatório vá ser menor.
— Celine, não posso simplesmente chegar da Itália com uma esposa a tiracolo — Antonio suspirou. — Andiamo, você vai ficar bem. Prometo que serão apenas duas horas, Thor e Isabella também vão estar lá.
Celine resmugou qualquer coisa. Antonio encerrou:
— Sinto que tenha que ser assim, amore mio. Mas não temos tempo para fazer isso de outro modo. Pedirei a Julliete para marcar com a Samantha.
Celine aceitou o abraço, e todo o recital amoroso que lhe era dedicado nas despedidas de Antonio. A porta se fechou num estampido, foi então que ela caiu em si. Antonio estava certo, ela não conseguiria fazer aquilo sozinha. Só a lembrança da megera francesa, que a vestiu para a festa de Mônaco, lhe dava engulhos de raiva. Se ela tivesse algum senso de moda, se arrumaria com alguns dos vestidos que havia comprado sob a orientação de Bianca, mas ela nem mesmo sabia o que se usava num evento náutico como aquele. Resumindo, se insistisse em fazer compras, sozinha, corria o risco de se parecer com um completo desastre e ela não queria envergonhar o noivo. E também havia Valentina, morreria antes de entrar, novamente, sob as vistas da futura sogra vestindo os trapos que figuravam seu atual guarda roupa. O jeito, então, era preparar o espírito para a tal Samantha. Celine deu meia volta e foi até o jardim à procura de Margo, enquanto discutia com Antonio a viu caminhando por ali com Mister Graaf em seu cesto. Encontrou-os na estufa, onde eram cultivados legumes e verduras. Margo cuidava de tudo pessoalmente.
— Olá! — Margo fez assim que a viu. — Trouxe seu gatinho para conhecer minha horta. Estava pensando qui, se devia plantar um pouco de erva de gato.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Casamento de Celine
Roman d'amourGrávida, vivendo escondida na cidade de Nova York, Celine apenas queria seguir com sua carreira. Criar o filho sozinha não parecia tão mal quanto apostar seu coração em Antonio Navarro, o italiano pervertido que a engravidara. Navegar pela costa it...