Capítulo 08

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O facão nas mãos da falsa ruiva tinha o óbvio intuito de amedrontar inimigos, isso era claro, mas não foi medo a sensação que Carol experimentou ao ver a figura na sua frente. Revoltada por causa do esfaqueamento de Pâmela e da ameaça de agredir a ex- esposa, Carol não titubeou e agiu. Aproveitou-se que a falsa ruiva tinha sua atenção em Rafa com a mochila e com o capacete da moto acertou-lhe uma pancada violenta.


A capacetada surpresa tirou a tal mulher do ar. Cambaleante, apenas não caiu pois se reencostou nas grandes que contornavam o parque. Rafa, que já estava rendida e pronta para entregar os dólares, foi puxada pelos dedos decididos de Carol. As duas se puseram a correr, atravessaram a avenida. No meio da pista, Rafa viu um ônibus e fez sinal. Felizmente o motorista parou fora de ponto permitindo que embarcassem. Estava vazioo. Apenas respiraram aliviadas quando se sentaram no último banco e viram pela janela falsa ruiva ainda tentando se refazer da pancada.


- Meu Deus... Que loucura... - Rafa murmurou. - Como você fez isso?


- Eu não pensei em nada!

- Mas como você teve a ideia do capacete?

- Eu não tive ideia nenhuma... Acho que agi por instinto. - Carol se explicou ainda agitada. - Eu estou tremendo até agora... - Disse mostrando as mãos. - Pra onde vai esse ônibus?

- Não faço a mínima ideia... - Rafa confessou.


As mulheres apenas esperaram o coletivo se afastar das imediações para descerem. Não tinham condições de retornar ao parque para recuperar a moto de Edu, teriam que seguir o restante do dia dependendo de conduções coletivas. Saltaram em uma avenida movimentada, antes de seguirem o caminho entraram em uma padaria e pediram sucos. Precisavam se refazer do susto antes de seguirem o plano traçado. Enquanto tomavam os refrescos, ainda comentavam sobre o episódio com a ex-loira.



- Quando eu entendi que ela esfaqueou a Pâmela e ia te machucar, eu fiquei com raiva... Nem eu sei da onde tirei tanta força para dar com aquele capacete na cabeça dela.

- Eu já estava entregue. - Rafa admitiu. - Você salvou a pátria...

- Não sei se não devia ter entregado isso e acabado de vez com essa loucura toda. - Carol disse. - Olha o tipo de gente que está atrás de nós.

- Pensa pelo lado positivo. Você salvou o Edu...

- Um egoísta que não pensa em ninguém e só faz besteira! A Pâmela pode ter morrido. Ele não merece que a gente faça isso por ele!



Rafa deu os ombros.



- Não estou fazendo isso por ele...

- E por quem está fazendo?

- Por você... - A mais velha soltou sem pensar. Logo se deu conta de seu ato falho. - P-Pelo Siri, pela Diana e todo mundo que ele envolveu nessa situação maluca...

- Claro... - Carol fez um gesto afirmativo. Deu um gole em seu suco de maracujá. - Eu... - Ia falar qualquer coisa, mas foi interrompida por uma ligação. Era Siri. Atendeu. - Fala, Rodrigo!


Carol devia estar mesmo nervosa, Rafa observou. Ela só chamava Siri por seu nome, Rodrigo, em situações extremas.

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