Capítulo 33

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A cor dessa cidade sou eu

O canto dessa cidade é meu

A cor dessa cidade sou eu

O canto dessa cidade é meu

Salvador. Sexta Feira de Carnaval. Um frasco de detergente na mão de Diana era improvisado como microfone. Enquanto lavava louça, a cabeleireira fazia uma performance dublando a cantora Daniela Mercury que tocava em seu celular preenchendo o ambiente. Carnaval sempre deixou a cabelereira com o astral lá no alto. Vivi, Mari, Ângelo, Fábio, Cabelo e Siri, que estavam presentes na cozinha, morriam de rir dela, mas Diana não parecia estar preocupada com os amigos. Como gostava de dizer, estava esbaldando felicidade como a porra. Apenas queria curtir mais aquele Carnaval que prometia ser inesquecível.


- Tu é foda, Bahia... - Fábio gracejou da prima. - Tá se achando a própria Daniela Mercury...

- Vá! - Diana soltou em seu legítimo "soteropolitanês" que em três meses havia voltado mais carregado do que nunca. - Me deixe, oxente... - E logo emendou outro sucesso da cantora. - Não me pegue não, não, não, Me deixe à vontade, Deixe eu curtir o Ilê, O charme da liberdade, Como é que é? Deixe eu curtir o Ilê, O charme da liberdade...

- Quem não curte não sabe, negão, o que está perdendo, É tanta felicidade... O Ilê Ayê vem trazendo... - Cabelo, animado, se colocou à cantar junto de Diana. Se levantou e puxou a amiga para um pé de dança. - Dezoito anos de glória, não, São dezoito dias Nessa linda trajetória, No carnaval da Bahia...


Siri logo começou a batucar na mesa acompanhado de Ângelo e o restante dos presentes que se juntaram ao coro musical. Estavam todos muito contentes. Passar o Carnaval em Salvador com toda a galera junta era um sonho antigo de todos eles que finalmente estava sendo realizado.


Após a conturbada morte de Edu, Diana e Siri decidiram voltar a morar em Salvador acompanhados de Carol e a pequena Clarinha. A polícia tinha prendido boa parte dos fornecedores de Edu. Higuaín, que já era procurado pela polícia, iria pegar uma pena grande, mas Carol conhecendo a justiça brasileira decidiu não arriscar e foi embora de São Paulo. Tinha medo de alguma vingança. Diana e Sirri resolveram seguir pelo mesmo caminho que a jornalista. O surfista era conhecido dos bandidos e também corria riscos.


Depois de alguma procura, Siri e Diana acharam uma casa perfeita para eles na capital baiana. Grande, com quartos para receber os amigos, arejada, próximo do apartamento de Carol, perto de tudo, com piscina, há pouca distância do mar (fator essencial para Siri) e há pouca distância do famoso acarajé de Dinha (fator essencial para Diana). O surfista fez valer seu papel de herdeiro e com o dinheiro da família comprou o imóvel e remontou sua escolinha de surf. Em pouco tempo, Diana conseguiu vender seu salão de beleza no Guarujá e montou um, menor, há duas quadras de casa.


Plenamente instalados no novo lar e empregados, Diana teve a ideia de chamar os amigos todos para passar o Carnaval na cidade. Siri ainda estava muito sentido pela perda do irmão e precisava de uma injeção de ânimo. Diana então convenceu Carol a fazer uma festinha de mêsversário para Clarinha, assim os amigos conheceriam melhor a bebê e de quebra realizariam o antigo sonho de passar um Carnaval todos juntos em Salvador.

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