Capítulo 28

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Notas do autor:Esse capítulo se passa no inconsciente da Rafaela e desemboca em uma realidade alternativa. Bora conferir como é o mundo sem Rafa?


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- Como a gente faz pra conhecer esse mundo sem a Rafa? - Rafaela questionou curiosa. Animada. - A gente ganha uma nave, um traje especial, um artefato, um martelo ou...


- Rafaela... Você está no seu inconsciente... - "Diana" tratou de lembrá-la. - Não no universo Marvel ou DC...


Rafaela fez um bico sem esconder sua frustração. "Diana" abriu um riso discreto. Rafaela resmungou de braços cruzados.


- Achei que o céu era o limite...


"Diana" fez um gesto negativo. Só Rafaela para fazê-la rir.


- A gente não vai precisar de nada disso porque não vamos tão longe assim... - "Diana" explicou. As duas ouviram ruídos de chaves. - Preparada para a chegada da mamãe?


Rafa fitou "Diana".


- Quem te disse que é ela? Meu pai e a Michele também tem as chaves de casa, além de mim...


- Nessa realidade sem você, Rafaela... As coisas são um pouco diferentes... Só fica de olho.


Rafa ia falar qualquer coisa, mas se interrompeu ao ver a porta da sala se abrir. Realmente era Rosa que entrava, mas uma Rosa completamente diferente do que conhecia. Não era aquela mulher sempre bem cuidada e de boa aparência que costumava ver. Ela parecia muito mais velha do que realmente era, desleixada, sem viço e trazia um semblante bastante cansado no rosto.


Depois de encostar a porta, Rosa passou reto por Rafa e "Diana". Rafa arregalou os olhos surpresa e "Diana" a tranquilizou afirmando que Rosa não conseguia enxergá-las. Mais de perto, Rafa observou que sua mãe trazia olheiras profundas no rosto, os dentes amarelados e os cachos não tinham a mesma vida que antes. Era angustiante vê-la daquele jeito, parecia como se estivesse assistindo uma flor murchar. Rosa voltou para a sala com um cigarro apagado entre os lábios procurando por fogo.


- Cara... Que isso? - Rafa questionou. - Minha mãe não fuma... Ela é super careta! Quando eu dava um teco dentro de casa ela logo identificava pelo cheiro... Ela não suporta cigarro!- A depressão e a solidão mudam muito as pessoas mesmo... - "Diana" explicou. - Ela tentou largar o cigarro umas duas vezes, mas vício é vício, né?


Rafa não se conformava.


- Mas ela nunca fumou...


- Depois que você morreu as coisas mudaram, Rafaela... Nunca ouviu falar que toda mãe morre um pouco quando perde um filho? A Rosa sempre se culpou por sua morte... E morreu muito. Se você morreu aos 16 naquele acidente, ela também morreu muito. Nunca se perdoou de não ter sido uma boa mãe em todo esse tempo... Ela acha que não te orientou o suficiente... E depois vieram outras coisas. O desemprego também arrasou muito a dona Rosa. Não tanto quanto a sua morte... Quando um filho perde os pais, ele é chamado de órfão... Agora os pais perderem um filho é de uma violência tal grande que é inominável...

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