Capítulo 24

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- Ela teve complicações. - O rapaz explicou. - Eles não quiseram falar por telefone o que era, eles querem que vá alguém da família... O hospital é aqui perto, se chama Santa Rita de Cássia.Rafa e Carol se entreolharam, agradeceram o rapaz pelas informações e se afastaram do tumulto para conversarem mais livremente. Carol pediu o celular de Rafa emprestado e verificou o endereço do hospital.


- De acordo com o maps, fica há três ruas daqui, dá para ir andando...


Rafa verificou o horário em seu relógio de pulso. Haviam passado e muito da hora que haviam combinado com Edu. Já passava das nove da noite. Também não podiam deixar Marina sozinha no hospital. Após refletir por alguns instantes, uma ideia surgiu em sua mente. Carol talvez não gostasse muito, mas não tinha outra coisa a fazer.


- Nós vamos separar... Você vai para o hospital e eu encontro com o Edu.


Carol fez uma careta. O plano de Rafa até que era bom, entretanto havia uma porém muito forte para não aprová-lo 100%.


- Pode ser perigoso, preta... Em todos os lugares que a gente foi teve algum perrengue. - Carol tentava organizar suas ideias. - Empresta seu celular. Eu vou ligar para o hospital



De fato aquilo era verdade. Rafa quase foi esfaqueada no parque de diversões, quase foram presas na pensão nordestina, Tetê poderia ter matado as duas em sua casa e ficaram presas no elevador no prédio de Marina. Por pouco não foram assaltadas junto dela. Assaltadas? A cabeça de Rafa passou a trabalhar de forma mais rápida. O porteiro não havia mencionado o que foi levado. Será que Marina havia sido assaltada ou alguém invadiu o apartamento atrás dela e de Carol?



Depois de tantos sustos que levou aquele dia, Rafa não duvidava de mais nada que pudesse acontecer. O dono do dinheiro e da "bíblia" devia estar doido atrás de seus pertences e nada feliz com Edu. Atingir Marina e o bebê também era uma forma de atingi-lo. Não quis falar nada para não afligir mais Carol, mas que aquele assalto a casa de Marina não era por acaso, disso tinha certeza.


Carol estava falando em seu celular com a diretoria do hospital Santa Rita. Após pegar o número de telefone pela internet, a direção do hospital confirmou a entrada de Marina, ela estava internada lá. Após pegar informações, a jornalista desligou e devolveu o celular a Rafa.



- Obrigada... Eles confirmaram que ela está lá. Você acha mesmo que devemos nos separar?

- É melhor, Cá... Você fica no hospital e eu vou atrás do Edu. - Fez um carinho em sua mão tentando diminuir a tensão em seus olhos. - Vai dar certo...A menor fez um gesto afirmativo e por fim saíram do prédio. A melhor opção para chegarem era mesmo ir a pé, já que a cidade já se encontrava em um transito infernal. Todo mundo saindo de suas casas para cumprimentar os amigos, visitar parentes para comemorarem a chegada do novo ano juntos. Rafa a acompanhou na caminhada pois a estação de metrô mais próxima ficava ao lado do hospital e também porque queria deixar Carolina em segurança dentro do centro médico.


Enquanto caminhavam, escutavam os fogos que vez ou outra explodiam no ar. Cruzaram com pessoas de branco ou de peças claras, todas muito bem arrumadas, algumas rindo, alguns que começaram a beber cedo demais cantavam, Carol sentiu uma pontinha de inveja dessas pessoas. Enquanto todos curtiram seu final de ano em paz, provavelmente ela teria que virar o ano dentro do hospital. Só esperava que não fosse por algo muito grave.

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