Capítulo 32

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         "O que aconteceu com o Roque?" Aquela pergunta perseguiu Carol durante todo o tempo que esteve no Japão. O país oriental era completamente diferente da vivência brasileira, tudo era novidade. Desde a comida até as relações pessoais. Mesmo com seu tempo bastante ocupado pelas informações novas, Carol ainda encontrava espaço para questionar se o garoto estava mesmo bem.


Segundo Edu, Roque quase morreu, mas foi salvo. Após meses de tratamento voltou a andar e poderia perfeitamente levar uma vida normal. Os dois se afastaram por conta de tudo que Roque havia feito para Carol, mas Edu afirmava a irmã que tinha informações de Roque por meio de amigos incomum e garantia que o rapaz estava plenamente recuperado.


Quando chegou no Brasil, Carol ainda tinha suas dúvidas sobre as palavras de Edu. Queria acreditar no irmão, mas seu sexto sentido não deixava. Apenas se aliviou a respeito desse assunto após encontrar Edu em Trancoso. Os dois brigaram por conta da arma que Carol encontrou na cintura do mais velho, mas se deram uma trégua para falar sobre Roque. Edu afirmou que o garoto estava no Havaí e Carol decidiu aceitar as palavras do irmão e enterrar aquele assunto. Ela e Rafa estavam começando a namorar, tinha finalmente encontrado no jornalismo, uma profissão que atendia suas expectativas, e estava encantada com Salvador. Precisava se dedicar a sua nova vida e por isso deu aquele assunto por encerrado.


- Eu lembro que a gente chegou a falar no Roque em Trancoso... - Rafa confessou. - Eu cheguei a ficar até meio enciumada... - Carol sorriu com aquela lembrança. Rafa era uma desligada mesmo. Logo que começaram a namorar, Carol só tinha olhos e pensamentos para ela. Era como se tivesse sido atingida por um feitiço de amor que ela não tinha vontade alguma de se livrar. Pelo contrário, se encantava mais um pouco quando conhecia mais da namorada. Diana que vivia falando que ela, Carol, estava vivendo uma bobice boa por Rafa. Estava lesada de paixão e era assim mesmo que se sentia. Não havia espaço pra mais ninguém, ainda mais para o sórdido do Roque. - E depois eu nunca mais ouvi você falar dele...


- Eu estava perdida no meu sentimento por você. - Carol explicou a Rafa. - Quando você me beijou em Itapuã, lá naquela festa de final de ano da pousada, eu pensei comigo... Tô fudida...


Rafa sorriu.


- Pensou é?


Carol fez um gesto afirmativo.



- Não tinha lugar pra outra pessoa não... - Sorriu. - Sabe aquela música... "Tem que ser você, sem por que, sem pra que, tem que ser você..." - Rafa sorriu. - Assim que eu me sentia. E sinto até hoje...


As duas se entreolharam. Rafa pode ler nos olhos de Carol que ela falava a verdade e Carol percebia no olhar de Rafa que aquele sentimento era recíproco. A professora de História segurou em sua mão com carinho. Brincando com seus dedos.


- Se a gente se tem... Porque nos chegamos nesse ponto que estamos hoje... O que aconteceu para as coisas mudarem?

- O meu sentimento por você não mudou... Claro que existe o desgaste que toda relação de anos tem, mas não fique em dúvida sobre o amor que eu sinto por você porque eu não tenho dúvida dele... Esse amor acho que é a coisa mais nobre que aconteceu comigo... - Carol afirmou. - O problema é que eu descobri que eu fui uma pessoa horrível.

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