7 - Altos e baixos

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Helena narrando —

Fui de elevador pra ser mais rápida. Estava meio preocupada porque não tinha encontrado o Bruno ainda. Mas continuei apenas fazendo oque devia fazer. Cheguei na sala da Karoline.

Helena: Bom dia Doutora. Oque tem pra mim hoje?

Karoline: Bom dia Helena. Quero que leve todos esses exames pra serem entregues por ordem alfabética na recepção, depois organize as tomografias dos últimos pacientes e me entregue por data. Se der tempo, eu peço que marque no meu computador e na minha agenda a Cirurgia da Cindy Lins, pra retirar o útero.

Helena: Só isso doutora?

Karoline: Acho que por hoje só.

Fiz oque ela pediu, fui até a sala de exames e comecei a organizá-los. Já estava na letra L quando a Dani, uma enfermeira da Cirurgia geral entra na sala.

Dani: Helena? O Doutor Bruno está procurando você. Ele disse algo a ver com um internamento.

Helena: Ah, obrigada Dani. Onde o Doutor está?

Dani: Ele está no vestiário dos médicos. Achei um pouco estranho, mas ele está esperando você lá.

Helena: Bem, certamente foi porque a maluca aqui esqueceu a ficha da paciente lá. Obrigada por me avisar.

Dani: Imagina.

Subi até o andar do Vestiário e entrei pela porta de trás, pois Residentes só podem entrar lá no último ano de residência. Logo o vi sentado perto da janela.

Helena: Oi. Tava me procurando?

Bruno: Tava sim. - levanta e me dá um rápido beijo e senta novamente. - Onde você dormiu? Te esperei no horário certinho que tínhamos combinado na esquina do seu apartamento e você não apareceu.

Helena: É uma história que parece muito inventada, mas, os dois primeiros apartamentos do meu prédio pegaram fogo, e iniciou um incêndio um pouco perigoso. Então mandaram o pessoal que estava nos últimos 7 andares sair antes que o fogo se espalhasse. Saímos pela escadaria de incêndio e eu vim correndo pra cá. Já tava muito tarde.

Bruno: Por que não me ligou? Sabe que podia ter ido lá em casa.

Helena: Bruno, já eram 3h da manhã. Eu nem dormi, estava estudando, ai cheguei aqui e pedi um quarto da Supervisora. Dormi na neurologia já que o Alex estava em cirurgia.

Bruno: Bom... Tá tudo bem com a sua casa?

Helena: Eu não sei.. Ainda não tive notícias e vou passar lá a noite pra ver se estragou muito.

Bruno: Que pena... Deixou muita coisa lá?

Helena: Bem, meu mesmo, só uma geladeira e a cama. As coisas do hospital e eletrônicos eu trouxe tudo.

Bruno: Ainda bem. Hoje você não tem escolha então... Vai ir lá em casa, não?

Helena: Bom, acho que é a minha única e melhor opção.. Então, acho que sim.

Bruno: Ótimo. Vai que horas?

Helena: Bom, a Karoline me deu mais de mil exames pra organizar e umas duzentas tomografias pra entregar por data. Acho que vou sair umas 19h. Mas se quiser ir antes, eu peço um táxi dai.

Bruno: Eu bem que queria, mas tenho uma cirurgia numa bebê de 2 anos. Um transplante. Vou sair as 21h. Você pode me esperar se quiser, pode ver a cirurgia assim que terminar tudo oque tem pra fazer.

Helena: Tudo bem. Agora eu preciso voltar porquê eu tenho muita coisa pra fazer. Tchau.  - vou mais perto dele e dou-o um beijo. Logo após isso dei um abraço, oque foi a pior coisa que eu poderia ter feito. Na hora em que eu estava abraçando ele, ainda terminando o beijo, o irmão da Karoline (acho que não comentei sobre ele, é Supervisor do segundo e do terceiro andar. É o Matt.) entrou e acabou vendo tudo. Ele sabia que Karoline e ele tinham acabado o relacionamento a pouquíssimo tempo, oque acabou provocando uma ira nele.... -

Por trás das paredes do hospitalOnde histórias criam vida. Descubra agora