14. I Love You

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    Eu nunca fui o tipo de pessoa que demonstra sentimentos

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    Eu nunca fui o tipo de pessoa que demonstra sentimentos. Também nunca fui o tipo de pessoa que pensa muito nas coisas antes de falar. E isso não quer dizer que eu não sou amorosa ou que não me importo com quem está ao meu redor.

Porque eu me importo. E muito.

  Mas o assunto é diferente quando o nome do meu irmão mais velho vem à tona, pois Nolan e eu nunca fomos tão próximos, começando pela diferença de dez anos e pelo fato de eu nunca ter entendido muito bem o por quê de ele me rejeitar tanto.

Quando eu tinha quatorze anos resolvi perguntar para Harper, porém ela apenas me deu uma resposta vaga, falando que Mason não se sentia próximo de ninguém além dos amigos desordeiros e esse era o motivo pelo qual ele entrava em tanta encrenca na época da escola.

Eu estava morrendo de medo de que ao entrar no ensino médio, ficaria igual ao meu irmão: distante e ignóbil, mas então eu conheci Erin, Christopher, Jane, Steven e, por fim, Mikayla.

   Meus cinco novos amigos transformaram os meus anos escolares num quase sonho (apesar de quase ter arrancado os cabelos com as atividades e provas de ensino religioso que me eram cobradas).

    Nós seis éramos um tipo incomum de grupo, nerds que quase sempre quebravam as regras que estavam suplicando para serem quebradas. Usávamos as brechas do regimento em nosso favor, o que nos rendia olhares feios, mas nunca chegamos a assinar o livro de ocorrências ou levar suspensão.

    Com o passar dos meses, ficamos cada vez mais unidos, estando sempre na casa um do outro para estudar ou beber, as vezes os dois.

Em alguns momentos eu e Micky ficávamos sozinhas pois nossos pais já se conheciam, aprovando a nossa amizade, e a partir disso nós percebemos que não queríamos ser apenas melhores amigas.

Ainda acho estranho a naturalidade com que lidamos o começo no nosso namoro, mas confesso que fiquei morrendo de medo em esconder do nossos amigos, que não sabem lidar com relacionamentos homoafetivos por causa do colégio católico em que estudamos (um dos principais motivos de não contarmos a eles até hoje) e ainda sim conseguirmos ser livres pra contar para nossa família sobre estarmos juntas.

Sério, quem teria medo de contar para os amigos, mas não se preocupa com o que os pais pensam?

    Talvez por papai me falar constantemente que eu poderia lhe dizer qualquer coisa e que nós sempre seríamos uma família, a minha aceitação tenha sido muito mais fácil (ou talvez porque ter uma filha gay tenha sido o menor dos problemas dele pois lidar com Nolan era realmente desgastante).

Sɴᴏᴡsᴛᴏʀᴍ [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora