Sɴᴏᴡsᴛᴏʀᴍ [HIATUS]

7. Should I Dive?

    —Harper! Aqui! –Escuto meu amigo me chamar e vou em direção à voz energética que acaba de sair da lanchonete —Feliz ano novo, pimentinha!

    Matt não mudou nada durante essas semanas: jaqueta jeans, camiseta alaranjada, cabelos escuros que destacam seus olhos azuis e o mesmo sorriso convencido no rosto.

    —Feliz ano novo, Aquaman. –Faço o cumprimento de mão com Matt que temos desde os quatorze anos e ele me entrega um copo, que só pelo cheiro sei que é Masala Chai —Então, como vão as coisas?

    Black suspira e acaricia Lady antes de caminhar um pouco para nos sentarmos num banco de praça.

    —Entediantes. Hoje tive que fazer coleta de sangue em uma idosa no pronto-socorro e ela não parava quieta. –Ele estala irritado e toma um gole do café. Fico me perguntando por que Matt ainda fala sobre tomarmos chá, sendo que ele só pede expresso. —Mas na virada eu saí com uma loira e Pepper... Parecia uma modelo.

    Americanos...

    Dou risada do modo que Matt conta sobre mais uma de suas aventuras sexuais com garotas desconhecidas. Ele é a plena definição de pegador, quase um Alex Karev dentro e fora do Hospital de Chelsea & Westminster.

    —Continue nesse caminho que você vai pegar uma DST qualquer dia desses. Ou pior, ser pai. –Provoco atrevida e meu melhor amigo solta uma risada alta.

    —Cala boca! Eu uso camisinha cem por cento das vezes, mamãe. –Ele me empurra com o ombro —Você deveria provar essa máquina de amor algum dia desses, huh. –Matt pisca apontando pra si mesmo e é a minha vez de soltar uma gargalhada. Ele não muda.

    —Você sabe que nunca vai rolar nada entre a gente, não sabe? –Apoio o meu cotovelo no encosto do banco e relaxo a minha cabeça sobre o punho. O meu melhor amigo faz um biquinho triste forçado —Além do mais, já encontrei alguém. Eu acho.

    Bebo o chá para evitar responder qualquer pergunta, mas consigo ver de soslaio que não poderei escapar de Matthew da mesma forma que escapei de Eleanor.

    —O quê?! –Ele me analisa da cabeça aos pés, indignado e eu abro um sorriso nervoso —Quando? Onde? Quem?

    Tomo o fôlego necessário para contar ao enfermeiro do meu lado.

    —Chichester. Natal. Tom Holland.

    Matthew espirra um pouco do café pelo nariz. Equilibro o meu copo em uma das tábuas do banco e solto a coleira de Lady para ela ir procurar algum graveto para brincar.

    —Você tá brincando comigo, certo? –Ele cerra os olhos para mim, examinando qualquer mentira em minha face, porém eu me mantenho séria —Tom Hollander? Aquele ator de Piratas do Caribe? Ele não tem quase a idade do seu pai?

    —O que? Não! –Franzo minhas sobrancelhas para ele, como ele pode pensar em Tom Hollander? —Holland! O ator do Homem-Aranha!

    A reação de Black é exatamente a que eu imaginei enquanto caminhava para o encontrar. Ele simplesmente não parece acreditar em mim e graças a Deus eu tenho algumas fotos que tiramos no natal, na floresta e ano novo para lhe mostrar.