Capítulo 3

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Olá pessoas!

A música do capítulo indicada é: if the worlds was ending; Está fixada aqui no inicio. Recomendo que leiam o capítulo até o fim ouvindo ela, mas sei que muites não conseguem ler ouvindo música, então sintam a vontade. 

Boa leitura!

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Havia se passado um mês, era tarde de domingo, dia ensolarado no Rio de Janeiro, perfeito para um passeio em um parque, na praia, ou tomar um chope gelado como os amigos. No entanto, Priscilla só tinha o que se lamentar o tempo inteiro. Não tinha um minuto se quer de paz em sua vida.

Estava sentada no chão de sua biblioteca aos prantos, sentia seu coração apertar se estilhaçando em milhares de pedaços, restando cacos encoláveis. Era essa a percepção que tinha, de que nunca seria mais como antes. Estava cansada de ser o tempo todo humilhada, feita de objeto, de não ter pessoas de verdade ao seu lado. Queria sentir o abraço acalentador de alguém em momentos tão frágeis quanto esse, mas não havia ninguém, absolutamente ninguém capaz de protegê-la, era tão só no mundo...

Jhon tentou tocá-la algumas horas mais cedo, como estava cansada de tudo isso usou da força que tinha para não permitir, foi tão persistente que ele realmente não teve nada dela, mas não deixou barato, machucou ela externamente e principalmente seu coração já tão despedaçado.

Duvidava se ainda tinha um coração que batia dentro de si, de tantos machucados que tinha. As lesões de seu corpo, ela sabia que são as mais fáceis de desaparecer, essas o tempo leva, como se fossem guiadas como o vento. As de seu coração são as mais difíceis, quase impossíveis de serem curadas.

Por que ela desejaria viver mais? O que o futuro guardava para querer ir em frente? dar mais um passo? Quem a esperava? O que a esperava?

Priscilla enxugou suas lágrimas e se levantou do chão, subiu para seu quarto e pegou o pouco de dinheiro que tinha escondido, era os trocos das compras de seus livros. Vestiu uma calça jeans clara, uma camiseta e se pôs frente ao espelho do banheiro, olhou em seus próprios olhos avermelhados, estava péssima e reconhecia isso. Lavou seu rosto, respirou fundo e sairia para espairecer, precisava de um momento longe daquele pesadelo de vida. Nunca fez nada de ruim para merecer tudo o que passava, era injusto demais para si. Não sairia de casa sem um livro em mãos, pegou apenas um exemplar e levava consigo.

Já sabia onde iria... pegou aquele mesmo ônibus de sempre e desceu no bairro da livraria, em frente ao parque. Respirou o ar calmamente e andou em passos tímidos sobre o gramado, o choro engasgado em sua garganta, já havia chorado muito, mas tinha muito ainda para se lastimar. Olhou a sua volta e avistou um lugar para ficar. Sentou-se abaixo de uma árvore em frente ao lago, o vento batendo contra seu rosto, parecia um bom lugar para estar. Abraçou suas próprias pernas, o corpo retraído e as lágrimas descendo em seu rosto.

Não entendia o sentido de ter parado ali, nunca havia apreciado o parque, olhava de longe e apenas isso. Mas, sentiu que aquele era o melhor lugar para ter uma fuga ao menos temporária, como se só ali se sentiria bem.

Começou a pensar o quanto sentia falta de seu irmão Felipe. Ele era o único que ainda tinha sentimentos verdadeiros e que se preocupava. Havia ligado para ela há duas semanas, queria saber se ela estava bem, mas bem era uma condição impossível de Priscilla estar. Ela tinha medo que seus pais fizessem com seu irmão o que foi capaz de fazer com ela. Descobriu da forma mais difícil que não são todas as mães que dão amor e proteção aos filhos. Tem muitos pais que não são presentes, mas é na imagem da mãe que é construída esse papel do amor materno incontestável e era nisso que Priscilla mais se sentia decepcionada, pela imagem que criou de sua mãe na infância.

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