Olá pessoas! Sejam bem vindos a Need You.
Espero que gostem dessa nova estória.
Deem play na música fixada enquanto leem o capítulo, se assim desejarem. Foi essa música que me inspirou a escrever o capítulo.
Boa leitura...
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Priscilla perdia seu olhar no monitor do computador velho que lhe pertencia, já havia passado horas e horas escrevendo, seus dedos avermelhados por tanto pressionar no teclado antigo que exigia de mais esforço a cada toque. Não que esse fator fizesse ela gostar menos do que estava fazendo, pelo contrário ela amava escrever.
Durante anos esse foi seu maior refúgio, além da leitura. Os livros são seu escape de um mundo que particularmente ela odiava com todas as forças viver. Suas mãos delicadas eram frenéticas para acompanhar as ideias que surgiam em sua mente, apesar do machucado em seus dedos ela não se importava, afinal ela era tão acostumada em sentir dor que aquilo não era realmente nada.
Há cinco anos que a sua biblioteca pessoal é o melhor lugar para estar, prateleiras enormes contornavam as paredes do cômodo, era isso e a pequena mesinha com o computador. Ela morava em uma casa enorme, havia de tudo ali, piscina, área de jogos, suítes, sauna a vapor, e enquanto havia tudo de material, tudo que o dinheiro pudesse comprar, não existia felicidade em nada, não havia paz, amor...
Ela se perdia nas horas quando estava em sua biblioteca, mas algo naquele momento dizia que ela precisava parar por ali e ir preparar o jantar, era como se o inconsciente dela sussurrasse em seu ouvido: já é hora...
Priscilla é uma ótima cozinheira, poderia se tornar facilmente uma chefe de cozinha de qualquer restaurante luxuoso do Rio de Janeiro. Foi forçada a aprender a fazer os melhores pratos, era isso ou teria sérias consequências.
Ela salvou o seu novo livro que escrevia e desligou o computador. Permitiu, enfim, olhar para seus dedos avermelhados e suspirou, era mais um dia, mais um dos que tanto se lamentava, aquelas marcas em suas mãos eram as das menores que tinha em seu corpo e a mais dolorosa habitava sua alma. Levou as mãos até seu rosto e acariciou sua própria face, apesar disso não sentia muita coisa em se tocar, não sentia nada de bom há anos. Levantou-se da cadeira desconfortável de madeira maciça e andou até a porta esticando o corpo e sentindo as dores, dores estas que não era apenas por estar tanto tempo ali sentada, era muito mais que isso.
Foi até a cozinha de sua casa e pegou na despensa tudo que precisava para fazer um belo jantar, colocou tudo sobre a bancada e separou para lavar. Não estava nenhum pouco animada para fazer aquilo, mas precisava juntar as migalhas de forças que ainda possuía.
Durou um pouco mais de uma hora cozinhando e decidiu subir para se arrumar. Olhou o relógio na mesa de cabeceira ao lado de sua cama e percebeu faltar uma hora para seu marido chegar, tudo precisava estar perfeito para agradá-lo, cada detalhe, inclusive ela. Tomou seu banho e se vestiu do jeito que ele gostava que ela estivesse. Priscilla se olhou em frente ao espelho e percebeu algumas marcas esverdeadas em seu braço, resultado de machucados nada acidentais de alguns dias atrás. Andou até seu closet e pegou a palheta de maquiagem, voltou a se pôr rente ao espelho e passar maquiagem, desaparecendo temporariamente com as manchas, Jhon odiava ver qualquer marca nela, não por dó, mas por desejar perfeição em sua esposa.
Se perfumou devidamente e desceu para o andar de baixo, arrumou a sala de jantar, ordenou os talheres, os pratos porcelana, as taças e guardanapos, tudo minimamente enquadrado, nada fora do lugar. Por alguns segundo perdeu seu olhar nas rosas brancas sobre a mesa, aquilo era comum a ela, se perdia em qualquer coisa bonita da vida e eram muito poucas. Despertou de seus pensamentos ao ouvir o som da porta da frente se abrindo e era aquele momento que ela sentia que a pouca paz que ainda sentia naquela casa havia ido embora.
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Need you
FanfictionPriscilla se sente amada pela primeira vez. Natalie descobre que só um novo amor pode curar. Casada com Jhon, policial e milionário, Priscilla passa por momentos que dilaceram sua dignidade, seria ingênuo demais pensar que ela poderia apenas fugir...