Capítulo 5

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- Quem é Priscilla? - Natalie saiu de seu quarto ao ouvir aquela pergunta. Jéssica estava sentada no sofá esperando que ela se arrumasse para irem trabalhar.

Jéssica havia dormido na casa de sua amiga, não queria deixá-la sozinha em um dia tão turbulento e que trazia lembranças dolorosas, como trabalham juntas iria direto para a fábrica acompanhando uma a outra.

- Como? - Natalie se aproximou confusa enquanto penteava seus longos cabelos.

- Priscilla... - mostrou o livro que estava em suas mãos.

- Como sabe desse nome? - sentou-se ao lado dela no sofá.

- Está assinado, aqui! - apontou para a caligrafia perfeita de Priscilla. Natalie arqueou a sobrancelha, não sabia sobre aquele detalhe.

- Ah... Priscilla foi uma mulher que conheci. - levantou do sofá continuando a se pentear.

- Você e ela... - deixou a frase no ar, mas estava bem clara e sugestiva pelo seu tom e o sorrisinho de canto em sua boca.

- Não pense loucuras. Não temos nada, conheci ela ontem no parque. - falou seguindo para seu quarto, precisava terminar de se arrumar. Jéssica foi atrás dela, queria saber mais.

- Vocês se conheceram ontem e já ganhou presentinho? - sorria bobamente, queria que sua amiga se permitisse mais, desse uma nova chance ao seu coração.

- Não fale bobagens. Ela estava com o livro e me deu para que eu pudesse ler, já que é uma mulher apaixonada por livros e eu disse que não lia mais com tanta frequência. Foi uma forma de me convencer a voltar a ler, tá bom?

- Tá bom... - fez sinal de rendição rindo - Como ela é? - Natalie revirou os olhos saindo do quarto e pegando sua bolsa para sair.

- Está muito interessada, não acha?

- Vai, me conta. Você ficou com ela? - Natalie bufou ao ouvir aquela pergunta.

- Ontem, se você não se recorda, eu estava péssima para me preocupar em ficar com alguém. Eu só a encontrei por acaso na árvore que eu costumava ficar com Katarine, ela também estava chorando, não sei o motivo, não me pergunte, e ficamos conversando, só isso.

Jéssica saiu do apartamento esperando que Natalie trancasse a porta.

- Eu só estava entusiasmada com uma possível chance ao seu coraçãozinho, Natalie. Me desculpe.

- Você, minha mãe... colocaram na cabeça que eu preciso de alguém. Não sei se estou pronta para isso, não sei se sou capaz de amar novamente. - andavam pelo corredor do prédio enquanto conversavam.

- É claro que é - parou de frente para Natalie segurando em seus ombros, olhando séria em seus olhos. - você precisa se permitir. Amar outra pessoa não quer dizer anular o que você sente por Katarine, ela sempre estará em você.

- Eu sei. Mas, amor simplesmente acontece, então não vou sair como uma louca atrás de quem eu possa amar, que não dá certo. Vamos deixar acontecer? - saiu do aperto de sua amiga e foi andando em direção ao elevador.

- Eu só me preocupo. - seguiu Natalie em passos apressados.

- Eu sei e muito obrigada. - deu um meio abraço repousando sua cabeça no ombro dela já dentro do elevador. Ela não era ingrata entendia que sua amiga se preocupava, só não precisava forçar para que arrumasse alguém.

Se algum dia surgisse uma pessoa realmente disposta a fazer ela feliz não havia pelo que relutar.

...

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