Capítulo 4

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Chegueeei com esse capítulo todo sentimental.

A música do capítulo é Surrender - Natalie Taylor. Escute até o final do capítulo. 

Boa leitura!

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Depois que Priscilla foi embora, Natalie seguiu para sua casa. Ela mora perto da livraria em um apartamento simples, é o que sua condição financeira permitia ter, já que ganha pouco trabalhando em uma fábrica produzindo massas prontas para pasteis e pizzas.

Natalie entrou em seu apartamento e a primeira coisa que fez foi deixar o livro sobre a mesa de cento da sua pequena sala para que não esquecesse de ler. Andou em direção ao móvel da televisão e pegou uma das fotografias que enfeitava sua casa, trouxe consigo e sentou-se no sofá.

Suas mãos trêmulas seguravam o porta retrato, não conseguiu mais uma vez segurar suas lágrimas, sentia tantas saudades que se afundava no vazio que Ela havia deixado.

Naquele domingo, Natalie se sentia só mais do que qualquer outro dia. Havia acordado pela manhã chorando, apertando-se contra o travesseiro como se buscasse sentir alguém, uma presença que jamais teria. Soluçava em meio ao choro de tanta dor em seu peito.

Uma única lágrima percorreu por sua bochecha e caiu sobre o porta retrato, descendo e se perdendo no chão da sala, seu coração despedaçando centímetro por centímetro.

- Eu sinto tanto sua falta, amor. – sussurrou... tocando o indicador sobre o rosto de Katarine na fotografia, tinha um sorriso lindo e um olhar que apaixonava Natalie a cada dia.

Sentiu-se a pessoa mais inútil do mundo quando perdeu Katarine, a mulher que mais amava na vida. Sofria a cada dia sem ela, abandonada em seus próprios medos de um futuro sem sua namorada para segurar sua mão e dar os melhores conselhos, guiando nos melhores caminhos. Teria que seguir sozinha e fadada a errar por decisões que tomaria sem a ajuda dela.

Poderia ser mais um dia triste para Natalie, mas era diferente. Esse dia rasgava seu coração sem pena, doía como se uma espada transpassasse seu peito várias vezes. Porque, doía para si viver sem a mulher que amava, que tinha como companheira, mas que por erros de outros ela sofre com as consequências.

Não era assim também com Priscilla? Que sofre unicamente por escolhas e influência dos outros? Elas tinham semelhanças em suas vidas em meio a histórias distintas.

Natalie levantou do sofá e foi até um móvel que ficava na sala com suas bebidas, várias garrafas de uísque de diferentes marcas. Praticamente encheu o copo com uísque e dessa vez se sentou no chão, porque ali parecia mais confortável para ela, em seus pensamentos era aquele lugar que merecia estar, no chão.

Tomou o primeiro gole e sentiu queimar sua garganta, era isso que gostava, a bebida queimando por onde tocasse, tirando de si a consciência do que sentia ou pelo menos se enganando com isso.

Fazia dois anos que Natalie apenas existia, porque viver era algo que não fazia mais. Afundava-se na bebida, e parecia tarde demais, pois não conseguia largar esse vício, talvez não tivesse um motivo consistente para parar.

Dois anos que não tocava em Katarine, que não sentia seu cheiro, não via seu sorriso, não sentia o quente de seu abraço. Porque, alguém foi estúpido e egoísta demais para acabar com tudo, para levar sua felicidade, sua parte essencial para viver.

O sentido de viver para Natalie se perdeu em uma noite de sexta-feira há dois anos quando saia de uma festa com sua namorada.

Katarine entrou em seu carro e Natalie em seguida sentando no banco passageiro. Haviam apreciado mais um final de semana em uma festa. Sua namorada havia combinado de não beberem aquela noite por estar dirigindo, então as duas se divertiram na companhia uma da outra sem envolver álcool algum, porque o que realmente precisavam era da cumplicidade e paixão que tinham.

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