Capítulo VII

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Alheio a tudo a sua volta, Shikamaru estava a espera de Neji, sentia que iria o encontrar hoje, só não espera o ver na situação que estava. Ele andava devagar, como se sentisse dor a cada movimento e estava com o olho roxo. Ver seu amado daquela maneira gerou uma raiva que nunca sentiu antes. Sem dizer nada, apenas abraçou o perolado, que acabou soltando um gemido de dor que assustou o cabeça de abacaxi. 

- O que aconteceu com você meu amor? O que fizeram contigo? – pediu ainda o abraçando com cuidado.

Neji não respondeu, apenas se permitiu chorar, estava evitando fazer isso no templo, durante as punições, até mesmo sozinho. Mas ali, sentindo o calor do outro, deixou as lágrimas rolarem. Depois de um tempo, o perolado se acalmou, mas permanecia com a cabeça apoiada no peito do outro, ambos sentados no chão, Neji nem notou quando se sentaram e nem se importava na verdade, só queria ficar ali, onde se sentia seguro, amado e protegido.

- Você vai me contar o que houve, agora que está mais calmo?

- Eu... nesses últimos dias, os superiores resolveram me usar de saco de pancadas de novo. Começou na última vez que nos vimos, me viram fora dos aposentos, estava abrindo a porta do meu quarto e para meu azar tinha uma folha presa nos meu cabelos, então sabiam que havia saído, tive um pouco de sorte por ser uma folha parecida com as que têm perto do templo, caso contrário não o veria nunca mais.

- Como podem fazer isso? Não era para serem um exemplo de paz, de bondade? 

- Têm tanta coisa que não sabem sobre o templo, eu sei só algumas, pois como todos me ignoram, não se preocupam em falar certas coisas comigo por perto. Aquilo lá não é um exemplo bom de nada. Não sei como a Deusa ainda não destruiu tudo aquilo.

- Eu vou tirar você de lá. 

Assim que Shikamaru falou isso, Neji o olhou surpreso, como se perguntasse COMO iria fazer aquilo, para ele era impossível. Como se lesse a mente do outro, Shikamaru continuou.

- Você fugiria comigo? Iríamos para um lugar onde ninguém nos conhecesse, bem longe daqui, não poderei te oferecer luxo, não seríamos ricos, mas poderemos ser livres.

- Você me promete que serei livre? 

- Prometo meu amor, te livrarei dessas amarras, será um pássaro livre.

- Então sim, fujo com você, iria até mesmo agora se possível.

Após dizer isso, Neji se sentou no colo do outro, de frente para ele, com uma perna de cada lado. Essa posição mexeu com Shikamaru que acabou sentindo uma fisgada na virilha. Neji não percebeu como o outro ficou, ou percebeu e fingiu não notar, e o beijou, com vontade. Dessa vez o beijo era diferente, mais intenso, mais necessitado, as mãos de Shikamaru desciam pela lateral do corpo de Neji, até chegar na bunda, onde deu um aperto não muito forte, apenas o suficiente para o perolado soltar um gemido no meio do beijo.

- Eu sei que sou inexperiente, nunca havia sentido nada por alguém, só por você, você foi meu primeiro em tudo e quero que me faça seu.

Shikamaru ficou surpreso pela fala do outro, imagina que ele não saberia muitos sobre essas coisas. Neji percebeu a confusão do outro e resolveu se explicar. 

- Te falei que o templo tem muita sujeira, ouvi conversar sobre isso, e infelizmente ouvi também que faziam isso com outros sacerdotes, os mais velhos abusam dos mais novos, me dá nojo só de olhar aqueles velhos que se dizem sábios e puros. Só aparências. Eu acho que nunca tentaram nada contra mim por me acharem indigno e sem nenhum valor, era a única hora que agradecia por me acharem assim.

- Aquele lugar é um antro de perdição. Como ninguém fala nada? Ninguém sabe o que acontece dentro dos muros?

- Como sabe, somos proibidos de sair, acho que para evitar que eles sejam descobertos. Mas não quero falar sobre isso, quero ser seu, se vamos fugir quero primeiro me entregar a você, não estou querendo ser pessimista, mas se algo der errado, quero ter a certeza de que fui plenamente feliz, realizado de todas as formas. 

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