Capítulo VIII

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Enquanto isso no castelo, mais precisamente na residência do Mago, um cômodo em específico estava totalmente destruído, desde a hora que “viu" através dos olhos do pássaro a pessoa que Shikamaru amava, Shion surtou. Primeiro por estar sendo trocada por um homem e depois por vê-los se beijando e depois se amando, ver aquilo desencadeou uma fúria assassina, que fez com que ela conseguisse mudar o tempo, criar uma tempestade avassaladora. Ela iria se vingar do seu noivo, iria fazer ele sofrer, tirar o que mais amava. Não se importando com as consequências de seus atos, mexeu em alguns pergaminhos proibidos do seu pai, encontrou um ritual que concederia mortalidade e outro de reencarnação. Perfeito. Aquilo serviria para seu propósito. Sabia que nunca teria Shikamaru da forma que viu com o outro, então o condenaria a uma vida eterna sem poder ter aquele que ama, não como desejava, iria sofrer pela eternidade. O preço para aquele ritual era alto, uma vida pura (virgem), ela não se importaria de dar sua vida se isso significasse acabar com a vida do outro. Tinha perdido totalmente a razão, ficou realmente louca. 

No dia seguinte começaria a colocar seu plano em ação. Primeiro iria fazer aquele de olhos perolados sofrer de um jeito que nunca sofreu, o fará se arrepender de ter conhecido Shikamaru. Para isso teria que encontrar um aliado no Templo, já tinha uma ideia de quem procurar, pois ouviu algumas conversas de seu pai com alguns sacerdotes. Aquele lugar era uma podridão, mas eram bons em esconder as suas sujeiras, então ninguém desconfiava de nada do que acontecia dentro daqueles muros. 

Essa noite ela iria dar uma prévia do que estava prestes a acontecer para Shikamaru, iria utilizar seu conhecimentos com magia para criar um lindo pesadelo para o moreno, para que ele tivesse uma ideia que aconteceria. Se concentrando no que desejava, começou o encantamento, ainda mantendo nos lábios o sorriso diabólico. Longe dali, Shikamaru começou a ver e a sentir o que Shion havia preparado para si.

“Eu deveria ter me afastado de você quando tive chance, agora não estaria nessa situação. Todo machucado, ensanguentado, com alguns ossos quebrados, provavelmente não vou sobreviver. Tudo isso é culpa sua. Você sabia do que ela era capaz, e mesmo assim ignorou, me colocou em perigo, não se importou comigo. Eu te odeio!”

“Não era a minha intenção, nunca quis te colocar em perigo, te amo demais. Só queria te proteger, te libertar das correntes que te prendiam naquele lugar. Acredite em mim.”

“Não… a única vez que acreditei em alguém, olha onde vim parar. Você não me protegeu, não me libertou, não fez nada do que me prometeu. Eu te odeio, te odeio, te odeio. Queria nunca ter te conhecido!”

“Eu te falei, não falei Shikamaru. Iria fazer você se arrepender. Iria fazer seu precioso amor sofrer. Olha só o que fez com ele. É sua culpa ele estar assim. Achou mesmo que iriam fugir daqui, fugir de mim?”

Shikamaru via seu amado ser novamente espancado, gritar de dor,  e dizer que aquilo era tudo culpa sua. Ele não o protegeu, não cumpriu sua promessa. Era sua culpa, sua culpa.

Shikamaru acordou assustado, dessa vez não conseguiu evitar as lágrimas, ver Neji daquela maneira, o culpando por estar naquela situação era demais para ele. Não sabia se acreditava no sonho, como se fosse algum presságio ou se acreditava que era apenas um pesadelo. No fim, não acreditou em nada. Decidiu seguir em frente com seu plano de fugir com Neji, nada o impediria disso, cumpriria a sua promessa, libertária seu amado, seriam felizes longe dali. 

Não conseguindo mais ficar na cama, levantou-se, fez suas higienes e foi para a cozinha tomar um café. Sua mãe já estava acordada, sempre teve o costume de levantar cedo. Ao ver o filho já de pé, se surpreendeu.

-Bom dia filho. Porque acordou tão cedo?

-Tive um pesadelo e não consegui voltar a dormir, por mais que quisesse.

-Quer me contar sobre o pesadelo?

-Mãe, a senhora acha errado lutarmos pelo que queremos? Se as coisas não sairem como planejamos, seremos culpados por ter tentado? - falou Shikamaru ignorando a pergunta de sua mãe, não queria falar sobre o pesadelo que teve.

Yoshino ficou surpresa com a pergunta do seu filho, não soube o que responder no primeiro momento. Precisou de um tempo pensando para então poder responder.

-Meu filho, eu acho que somos culpados por não tentar. Sei que posso estar te incentivando a fazer algum imprudente, mas se você pensa estar fazendo o correto, siga seu coração. Você sempre usou a razão, e pela primeira vez está pensando com o coração. Só espero que não se arrependa das suas escolhas e encare as consequências dos seus atos de frente.

-Obrigado mãe. - Shikamaru agradeceu sua mãe, depositou um beijo no topo de sua cabeça e saiu, precisa organizar as coisas para a sua fuga, esperava que sua mãe um dia o perdoasse por estar fugindo, esperava também voltar a vê-la novamente.

Nas proximidades do templo, em um local escondido, Shion conversava com o sacerdote Riki, o mesmo que havia pego Neji fora do quarto na segunda vez e aquele que mais tinha ódio dele, não gostava dele, não o achava digno de estar lá. Se surpreendeu com o que a bela moça lhe contou e falou que a ajudaria sim, ficaria mais do que satisfeito em ajudar a quebrar toda e qualquer esperança que Neji pudesse ter.

-Preciso dele vivo, não me importa o que fará ou como fará. Sabe de mais alguma coisa que possa ajudar a destruir o pobre coração dele?

-Sei sim e como sei. Ele irá ficar desolado quando souber a verdade. Eu posso me divertir com ele também?

-Como disse, não me importa o que fará. Faça o que quiser. Só preciso dele vivo e consciente. Faremos isso em um dos calabouços do castelo que está desocupado, ninguém ouvirá nada nem irá atrapalhar. Entendeu onde fica e como chegar lá?

-Sim senhorita. E sei ser bem discreto, ninguém nos verá.

-Ótimo, nessa mesma noite começaremos. Estarei te esperando.

Se despediram e cada um foi cuidar da sua parte. Shion foi preparar o local, se certificar de que não seriam ouvidos e nem atrapalhados, enquanto Riki foi preparar as coisas para apagar Neji para levá-lo ao seu destino final..

Estava ansioso, imaginando o que poderia fazer com o perolado, se culpando por não ter feito nada antes, poderia ter aproveitado melhor aquele que para ele não deveria estar lá. Iria se divertir muito contando a verdade para Neji e depois iria se deliciar com ele. Não negava que o achava um rapaz bonito e atraente, imaginou como ele seria por baixo de todo aquele quimono, mas hoje ele sacaria a sua curiosidade.

Durante todo o dia Shikamaru sentia um aperto no peito, tentava de todas as formas se livrar da sensação, mas era em vão. Sentia que alguma coisa iria acontecer a Neji, mas não podia fazer nada, não tinha como falar com ele para saber se estava tudo bem, teria que esperar até o outro dia, quando se encontrariam para a fuga. Com Neji era a mesma coisa, estava ansioso, até mesmo um pouco disperso, dentro de si crescia um medo de que não veria Shikamaru novamente e isso o deixava nervoso, não queria pensar nessa possibilidade.

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