Félix observou a bateria se sentindo mais calmo, porém pensativo. Félix passou as mãos pela bateria sentindo o toque de cada componente começando pelos pratos, sentindo o toque do prato de ataque e logo depois o prato de condução. Depois sentiu o bumbo e os tons, seguido pelo surdo e chimbal. Ele pegou sua baquetas e as olhou por um segundo e sentiu suas mãos trêmulas, respirou fundo e começou a bater suavemente na bateria com os olhos fechados, quando se deu conta, estava cantarolando uma música que escreveu anos atrás.
"Eu sinto medo de tudo
Medo de sentir medo
Não posso fazer nada
Pois estou amarrado aqui..."Ele batia na bateria calmo e respirando fundo, sentia como se cada batida ali fosse a do seu coração.
"Tanta coisa quis falar
Tanto que quis amar
Deveria ter visto o verão
Deveria ter deixado a vida levar"Pensou em sua juventude, no que conquistou em sua curta vida e na sua morte.
"Mas meus sonhos não morreram
Não foram enterrados comigo
Me pergunto se isso é bom...
Não morreram, não morreram
Continuam aqui
O que me faz viver não está morto tambémEle começou a bater cada vez mais forte e mais frenético em sua bateria, a cada frase ele aumentava a força e sentia seu nervosismo indo embora dando lugar a uma sensação de calmaria.
"Meus sonhos não morreram
Mas não posso realizá-los...
Queria que a ansiedade não me assustasse tanto...
Meus sonhos não morreram
Queria voltar aos velhos tempos
Me desculpe por ser assim... Tão frio"Ele terminou a música olhando pra frente quando se deu conta de que Pedrinho estava lá.
- O-oi Pedrinho - tentou disfarçar - acho que to melhor agora - riu de forma sem graça
- Já falou pra alguém que se sente assim?
- Assim como? - é claro que ele sabia do que estava falando, mas odiava ter essa conversa com alguém, por isso o único a quem ele confiou conversar sobre foi com uma criança
- Sobre como se sente - Pedrinho sentou no sofá - sobre o que escreveu na música
Félix ficou pensativo por um minuto. Não se sentia confortável em conversar sobre isso, com ninguém.
- eu... - Suspirou cansado - eu não sei
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No dia seguinte, era uma sexta feira de março que era feriado, então Julie queria dormir até tarde. Eram quase meio dia e a garota ainda estava dormindo quando sentiu um travesseiro sendo arremessado nela, a garota ignorou e voltou a dormir. Quando de repente outras duas foram arremessadas fortemente ajudando a garota que levantou assustada e olhou pro quarto sem ver nada até que Martin surgiu na sua frente.
- tá afim de fazer o que hoje? - disse Martin sentando na cama de Julie
- bom, você não sei - disse Julie o entregando a almofada - mas EU vou pra casa da Bia.
- aaaaah não - Martin disse emburrado - não pode me deixar sozinho aqui...
- desculpa Martin - Julie se levantou e foi se arrumar - até mais tarde
Julie partiu dali deixando Martin pra trás emburrado.
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- então... Você e Martin estão próximos né? - Bia disse mexendo no notebook com um sorriso travesso no rosto - hmmmm
- "hmmmm" nada, somos amigos apenas - disse Julie - nem tem nada a ver a gente, só estamos mais próximos porque o Daniel tá na sua fase difícil.
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Vivendo nosso maior sonho - Julie e os Fantasmas (2a temporada)
Teen FictionMeses depois dos acontecimentos da primeira temporada, Julie está namorando Nicolas. Julie agora está no terceiro ano e lida com o começo da vida adulta, e ainda por cima, luta pelo sonho dos Insólitos de serem uma grande banda. meio disso tudo, sur...