Ela precisava de um homem.
De preferência, um homem que tivesse duzentos e cinquenta mil dólares sobrando. Eda Yildiz observou as estrelas no térreo de sua casa e se perguntou se estaria ficando louca de vez ao ter tais pensamentos. O pedaço de papel em suas mãos listava todas as qualidades que ela desejava para sua alma gêmea:
Ter lealdade.
Inteligência.
Senso de humor.
Dar importância à família.
Adorar animais.
Possuir mãos bonitas.
Um sorriso encantador.
Ter uma voz sensual.
E o principal: ter uma renda considerável.. Quer dizer, muito considerável.
Franzindo o nariz, ela foi à caça de uma taça de vinho tinto para relaxar.
Tia Ayfer teria que vender a casa em que morava e a floricultura que fora o sustento de ambas até agora se um milagre não acontecesse. E sua faculdade tão amada teria de ser abandonada faltando pouco para a formatura.
Eda pegou uma garrafa de Cabernet Sauvignon e ficou pensando em seu dilema. Seu carro velho já fora hipotecado tantas vezes quanto possível. A obra de expansão da floricultura iria requerer um planejamento cuidadoso e elas não poderiam dispor de nenhum centavo, por mais que ela tivesse feito a decoração de alguns jardins importantes.
Ela estava com 24 anos e talvez devesse morar em um apartamento estiloso, vestir roupas de grife e ter um encontro a cada final de semana. Em vez disso, Eda abrigava cães abandonados do canil local e comprava echarpes elegantes para dar uma cara nova às suas roupas. Acreditava no lado bom das coisas, em estar aberta às possibilidades e seguir seu coração. Infelizmente, nada disso a ajudaria a salvar a casa e a floricultura de sua família.
Bebeu um gole do vinho vermelho-rubi e admitiu que não havia nada mais a fazer. Ninguém tinha dinheiro suficiente, e dessa vez, quando o cobrador de impostos viesse, não haveria final feliz.
A campainha tocou.
Olhou para suas calças de moletom velho e sua camiseta cortada e pensou se daria tempo para trocar de roupa. Levantou-se e começou a revirar o guarda-roupa, em pânico por achar que seria o cobrador, mas a campainha tocou de novo, então ela foi até a porta, respirou fundo e virou a maçaneta.
– Finalmente você abriu essa porta. Já não era sem tempo.
– Era pra você ser um homem.
Ceren deu um riso sarcástico e entrou no apartamento. Fez um gesto com uma das mãos, unhas cor vermelho-cereja, e se jogou no sofá:
– Vai sonhando. Você botou seu último pretendente para correr, e eu não pretendo arrumar outro encontro para você tão cedo. O que aconteceu aqui?
– Como assim, botei ele para correr? Eu achei que ele fosse me atacar.
Ceren ergueu uma sobrancelha:
– Ele só queria te dar um beijo de boa noite. Você tropeçou e caiu de bunda no chão, e ele se sentiu um completo idiota. As pessoas se beijam depois de um encontro, Dada. É quase um ritual.
– Ele tinha comido muito alho no jantar e eu não queria que ele chegasse perto de mim.
A loira pegou a taça de vinho e bebeu um belo gole. Esticou as longas pernas vestidas em calças de couro e enganchou os saltos altos da bota na beirada da velha mesinha de centro.
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Um acordo irresistível [Edser] ✅
FanficUma florista ambiciosa. Um arquiteto perfeccionista. E um relacionamento por conveniência de tirar o fôlego! Esperta, impulsiva, dedicada e prestes a se formar na faculdade de paisagismo, Eda Yildiz tem apenas um problema em sua vida: a falência da...