8. Casados parte III

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Ela deu as cartas. Ele estava se segurando para não rir com o resultado previsível do jogo, mas se recusou a ser misericordioso. Ela descartou uma carta e comprou outra.

Ele desceu seu jogo:

– Full house.

– Par de valetes. Você dá as cartas agora.

Serkan teve de reconhecer que ela não se dava por vencida, escondendo bem suas emoções. Apostava que fora sua amiga Fifi que a ensinara a jogar, e se Serkan não fosse tão experiente, ela seria uma adversária à altura.

Ela revelou um par de ases ao perder graciosamente para a trinca de quatro dele.

– Só mais uma partida.

– Eu sei contar. Eu dou. – os dedos dela manusearam as cartas com habilidade. – Então, onde você aprendeu a jogar?

Ele analisou a própria mão, indiferente.

– Um camarada organizava um jogo semanal. Era uma boa desculpa para encher a cara e curtir com os amigos.

– Achei que você tinha mais a ver com xadrez.

Ele descartou uma carta e comprou outra.

– Sou bom em xadrez também.

Ela riu de modo indelicado.

– Mostre as cartas.

Ela arriou seu jogo e mostrou, triunfante, o straight que tinha nas mãos.

– Uma boa mão. – Serkan deu um sorriso convencido. – Mas não boa o bastante.

Jogou na mesa quatro ases, esticou as pernas à frente e se inclinou para trás.

– Admito que foi uma boa tentativa.

Ela fitou as cartas dele incrédula.

– A probabilidade de se conseguir quatro ases no pôquer de cinco cartas... meu Deus, você trapaceou!

Ele sacudiu a cabeça e estalou a língua, fazendo tsc, tsc.

– Qual é, Eda, achei que você fosse uma adversária melhor. Não me diga que é uma péssima perdedora. Agora, quanto ao meu favor...

Serkan teve a impressão de que fumaça de verdade saía dos poros de Eda.

– Não dá para ter quatro ases só escondendo uma carta na manga. Não minta para mim, porque eu mesma estava pensando em fazer isso!

– Não me acuse de algo que você não pode provar.

– Você trapaceou. – seu tom de voz era de desgosto e surpresa. – Mentiu para mim na noite do nosso casamento.

Ele riu com escárnio.

– Se não quer pagar o que deve, é só dizer. Típico de uma mulher ser péssima perdedora.

Ela se retorceu, o sangue queimando em suas veias.

– Você é um trapaceiro, Serkan Bolat.

– Prove.

– Vou provar.

Ela se lançou por sobre a mesinha de centro e para cima dele. Todo o ar foi expulso de seus pulmões quando ela o derrubou de costas no tapete e enfiou as mãos por dentro das mangas dele, procurando a suposta carta escondida.

Serkan grunhiu, cada músculo de seu corpo reagindo ao corpo feminino pressionado contra o dele. Tentou tirá-la de cima dele, mas ela estava determinada em encontrar qualquer evidência de trapaça e voltou sua atenção para os bolsos de sua camisa.

Um acordo irresistível [Edser] ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora