17. Sirius

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– Eu não quero ir.

– Eu já ouvi da primeira vez. E da segunda. E da terceira. Agora fica quieto e estaciona devagar ou as garrafas de vinho vão se quebrar.

– Odeio eventos de família.

Eda pediu paciência aos céus. Ele parecia uma criança, arrastando os pés e insistindo para ficar em casa com seus brinquedos em vez de visitar os parentes. As duas semanas anteriores haviam sido relativamente tranquilas, exceto pelas reclamações rabugentas de Serkan em relação à data festiva que se aproximava.

– Não temos escolha. – disse ela. – Já que somos casados, as pessoas esperam que a gente apareça para jantar. Em todo caso, não vai haver muita gente lá.

Serkan deu uma risada sarcástica.

– Vou ficar entediado.

– Encha a cara, então.

Ele fez uma careta e jogou o carro na entrada da casa. No banco de trás, a pilha de bolos e tortas e garrafas de vinho fez barulho, mas continuou intacta. Ela abriu a porta e saiu do carro, esticando as pernas.

Ela estremeceu olhando os carros já estacionados perto da casa de sua tia e disse:

– Sabia que a gente ia acabar se atrasando.

A expressão de Serkan mudou, ficando mais suave e íntima. Seus profundos olhos verdes brilhavam, evocando as memórias recentes daquela manhã, do calor entre o emaranhado de lençóis, dos gemidos e longos beijos molhados. O corpo dela reagiu de imediato: seus mamilos sensíveis despontaram no suéter roxo e um ardor faminto cresceu entre suas coxas.

Serkan correu um dedo pela maçã do rosto dela e traçou de leve o contorno de seu lábio inferior.

– Eu fui bem claro esta manhã ao perguntar se você queria continuar.

Eda corou, dizendo:

– Você nem devia ter começado. Sabia que a gente ia chegar tarde.

– Eu acho que a gente podia dar uma desculpa e passar o dia inteiro na cama hoje. – o murmúrio grave dele provocou um arrepio em Eda. – O que acha?

– Acho que você está tentando me subornar.

– Está funcionando?

– Não. Agora vamos.

Eda o ouviu rindo atrás dela. Ele sabia que era mentira. Ele nunca deixava de ser uma tentação para ela. Mesmo após duas semanas de sexo regular, ela nunca se fartava de seu marido, e um dia inteiro na cama com ele seria o paraíso.

Ela pegou as tortas e ele levou o vinho. Ao passar pela porta, que estava aberta, eles foram imediatamente engolidos pelo caos familiar: após uma sucessão de cumprimentos entusiásticos, alguém enfiou bebidas em suas mãos e logo havia mil conversas acontecendo ao mesmo tempo.

– Oi, tia. – disse Eda, beijando a bochecha de Ayfer.

Foi envolvida pela nuvem úmida e cheirosa de calor que preenchia a cozinha. Ela inspirou, apreciando o aroma do peru recheado, e disse:

– O cheiro está ótimo. E você está muito bonita.

– Obrigada. É incrível como pagar a hipoteca e as dívidas alivia o estresse.

O medo percorreu todo o corpo de Eda, e ela se inclinou, dizendo:

- Tia, por favor, nem toca no assunto. Lembra do nosso trato?

Ayfer suspirou e disse:

– Claro que lembro, minha querida. É só que eu fiquei tão agradecida que é estranho não dizer nada.

Um acordo irresistível [Edser] ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora