7. Casados parte II

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Serkan estava prestes a dizer algo, mas parou de repente. A visão de Eda experimentando o vinho com tamanha satisfação travou todos os músculos de seu corpo. O sangue martelou em suas veias e seu baixo ventre entrou em estado de alerta.

Eda lambeu os lábios de forma tão delicada que ele desejou que ela estivesse saboreando outra coisa que não o vinho. Ficou imaginando se ela também faria aqueles delicados sons guturais quando um homem penetrava suas profundezas úmidas e quentes. Se ela seria tão deliciosa e convidativa ali quanto era a sua boca, envolvendo-o como um punho aveludado, extraindo cada gota que ele tivesse para dar e ainda pedindo mais.

As calças justas que ela vestia revelavam cada curva de seu corpo, desde a bunda perfeita até a extensão atraente de suas longas pernas. A blusa dela havia subido um pouco e deixava entrever uma faixa de pele nua. E é claro que ela havia descartado o sutiã, pensando nele não como um homem que poderia desejá-la e sim como um irmão mais velho e irritante.

Maldita hora em que ela começou a complicar as coisas. Ele pôs a travessa com a massa na mesa e começou a posicionar os pratos e talheres.

– Pare de beber o vinho desse jeito. Isso aqui não é um filme pornô.

Ela bufou.

– Ei, não vem descontar em mim só porque está rabugento. Não é culpa minha se os negócios são mais importantes para você do que um casamento de verdade.

– É, mas assim que acertamos o preço, você topou. Eu te comprei tanto quanto você me comprou.

Ela agarrou a travessa com o macarrão e encheu o próprio prato.

– Quem você pensa que é para me julgar? Durante toda a sua vida, você sempre teve tudo na mão. Você deve ter ganhado um Mitsubishi Eclipse de presente de aniversário. Eu ganhei um Chevette.

Ele se empertigou com a lembrança.

– Você tem uma família. Eu não tenho merda nenhuma.

Ela parou, e então pegou um pedaço do pão de alho quente, cheio de mozarela derretida.

– Em todo o caso, minha família passou uma época bastante ferrada também e é toda disfuncional, então você não está sozinho.

– Mas agora a sua casa é tipo Os Waltons.

Ela riu e enfiou uma garfada generosa de massa na boca.

- Você já pensou em falar com os seus pais?

As emoções de Serkan estavam a mil. Reprimindo a mágoa antiga, ele conseguiu dar de ombros.

– Para mim, Alptkein Bolat não existe mais. Essa foi a minha decisão.

Achou que Eda fosse sentir pena dele, mas o rosto dela refletia apenas empatia e isso o acalmou.

Quantas vezes ele já havia desejado que seu pai batesse nele ou o punisse de outra forma, ao invés de ignorá-lo e negligenciá-lo? De alguma maneira, a indiferença dele machucava mais e ainda doía.

– E sua mãe?

Ele se concentrou em seu próprio prato.

– Ela está dormindo com outro ator. Gosta quando eles são do show business, isso a faz se sentir
importante.

– Você a vê com frequência?

– A ideia de ter um filho adulto a faz lembrar-se da própria idade. Ela prefere fingir que eu não existo.

– Sinto muito.

As palavras eram simples, mas vinham do fundo do coração de Eda. Serkan olhou para ela. Por um segundo o ar entre eles pulsou com energia, compreensão e empatia, mas o momento logo se esvaiu como se nunca tivesse existido.

Um acordo irresistível [Edser] ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora