9. Negócios parte I

3.6K 275 8
                                    

Eda correu os olhos pelas pessoas que lotavam o salão e desejou estar na floricultura, na sessão de rosas que cuidava. O jantar de negócios desta noite era o ponto da virada na carreira de Serkan. Sabia que aqueles corredores estavam cheios de profissionais ávidos por um passaporte para a glória e que Serkan teria que impressionar a multidão para conseguir uma chance.

Ela tirou o casaco e o entregou à anfitriã, deixando que Serkan a conduzisse pelo salão apinhado.

– Presumo que você tenha um plano de ataque, certo? – perguntou ela. – Quem são os dois homens em quem você precisa concentrar seus esforços?

Serkan apontou para uma nuvem espessa de fumaça de charuto. Um grupo de executivos conservadores circundava um homem de terno cinza e gravata de seda impecáveis.

– Hyoshi Komo está construindo o restaurante japonês. A aprovação dele é essencial para conseguirmos o terceiro sócio para o projeto do rio.

– E por que você não vai até lá e apresenta sua ideia? – um garçom de smoking passou por Eda e ela pescou um canapé de salmão de sua bandeja, pegando a seguir uma taça de champanhe de outra.

– Porque não quero ser só mais um na multidão. Tenho outro plano em mente. – ela tomou um gole do espumante e suspirou de prazer, ao que ele disse:

– Não beba demais.

Ela bufou:

– Não sabia que maridos eram tão controladores. Certo, e quem é o outro cara que você precisa impressionar?

Um lampejo de frieza passou pelo rosto dele.

– O conde Miran Conte, proprietário de uma rede de padarias de sucesso na Itália. Conte resolveu tentar a sorte nos Estados Unidos e planeja abrir a primeira padaria na área do rio.

Eda tentava prestar atenção em Serkan, mas não conseguia tirar os olhos dos apetitosos bolinhos de siri na bandeja que passava à sua esquerda. Serkan bufou, pegou dois bolinhos e os pôs no prato, dizendo:

– Coma.

– Certo. – dessa vez ela não viu motivos para contestar. Pôs o bolinho na boca e gemeu de prazer.

Ele franziu o rosto e ela se deu conta de que o estava irritando. De novo.
Ele olhava sua boca como se quisesse o bolinho que ela acabara de comer.

– Eda, você está me ouvindo?

– Claro. Miran Conte. Padaria. Imagino que você queira que eu circule e socialize enquanto você trata dos negócios.

Ele sorriu, lábios cerrados.

– Vou cuidar de Hyoshi por enquanto e você fica de olhos abertos à procura do conde. Ele é alto, tem sotaque italiano, olhos azuis e cabelos escuros. Puxe conversa sobre um assunto qualquer, mantenha-o entretido; assim você se mantém ocupada.

Uma leve pontada de alerta brincava nos limites de sua consciência, mas Eda estava concentrada demais na ampla variedade de petiscos ao seu redor.

– Quer que eu fale com ele?

Ele deu de ombros com indiferença calculada.

– Claro. Seja simpática. Se descobrir algo interessante, me conta.

Eda sentiu um arrepio na espinha quando a cena se formou, de repente, em sua cabeça.

– Você quer que eu espione para você?

A voz de Serkan transmitia impaciência.

– Não seja ridícula. Só aproveite a festa e relaxe.

Um acordo irresistível [Edser] ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora