2. O acordo parte I

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Serkan olhou à sua volta, satisfeito com o resultado. Sua sala particular de reuniões tinha uma atmosfera profissional, e o buquê de flores que sua secretária pusera no centro da mesa dava um toque pessoal ao elegante carpete vinho, ao brilho rico da madeira e ao couro bege das cadeiras. Os contratos estavam expostos sobre a mesa, perto de uma elegante bandeja prateada com chá, café e uma seleção de pãezinhos. Formal, mas amigável – como deveria ser o casamento dos dois.

Ignorou o vazio que sentiu no estômago ao pensar em encontrar Eda Yildiz.

As histórias de sua advogada a retratavam como uma mulher impulsiva e imprudente. A princípio, ele reprovou a sugestão de Ceren, achando que Eda não correspondia ao que ele precisava. No entanto, seu tempo estava se esgotando.

Serkan sentia que podia confiar em Eda, mesmo que nunca a tivesse visto. Talvez ela não correspondesse à sua noção de esposa perfeita, mas estava precisando de dinheiro. E rápido. Ceren mantivera sigilo a respeito do motivo, mas pelo modo como descrevera, Eda estava desesperada. Ele se sentia confortável com essa necessidade de dinheiro, pois era uma questão preto no branco, sem áreas cinzentas. Não seria necessário intimidade entre eles. Uma transação formal de negócios. Serkan podia aceitar essas condições.

Fez menção de chamar sua secretária pelo interfone, mas nesse instante a pesada porta se abriu e se fechou suavemente, com um "clique" firme.

Ele se virou.

Olhos de um castanho profundo o encaravam com uma franqueza e uma clareza que evidenciavam que aquela mulher perderia qualquer jogo de pôquer – ela era de uma honestidade brutal e não parecia inclinada a blefar.

Os olhos dela se destacavam de forma impressionante contra o castanho mais escuro de seus cabelos, que descia em caracóis até abaixo de seus ombros, emoldurando seu rosto com um ar selvagem que ela parecia incapaz de domar. As maçãs do rosto protuberantes destacavam os lábios carnudos. Uma boca como aquela suscitava as fantasias masculinas mais ousadas...

Ah, mas que inferno.

Ele se conteve e terminou sua inspeção. Os seios dela eram tão exuberantes quanto sua boca e combinavam à perfeição com as curvas em seus quadris. Ela era alta, quase tão alta quanto ele, e para completar, esse conjunto de tentações femininas vinha embalado em um vestido vermelho sem mangas que realçava o decote, ajustava-se aos quadris e caía, solto, até o chão. Sandálias vermelhas deixavam à mostra unhas também vermelhas. Ela ficou parada à porta, como se estivesse permitindo que ele terminasse de sorvê-la com os olhos antes de decidir falar.

Sentindo-se um tanto descompensado, Serkan combateu sua descompostura e recorreu ao profissionalismo para esconder sua reação. Eda Yildiz era uma mulher bonita. Bonita até demais. Mas não havia necessidade de dizer isso a ela.

Ele a recebeu com o sorriso neutro que oferecia a qualquer parceiro de negócios:

– Olá, Srta. Yildiz, seja bem-vinda.

Ela sorriu de volta, mas o sorriso não alcançou seus olhos. Jogou o peso do corpo de um pé para o outro, as mãos fechadas em punhos.

– Olá, Sr. Bolat. Como vai?

– Bem, obrigada. Por favor, sente-se. Aceita um café? Um chá?

– Café, por favor.

– Leite? Açúcar?

– Leite, por favor. Obrigada.

Ela se sentou graciosamente na cadeira acolchoada, afastou-se da mesa e cruzou as pernas, e o tecido justo marcou o contorno de suas pernas, lisas e atléticas.

Um acordo irresistível [Edser] ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora