No dia seguinte, Serkan olhou para a esposa muito doente e balançou a cabeça em reprovação, dizendo:
- Eu avisei.
Ela grunhiu e se virou, enterrando a cabeça no travesseiro. Tossiu com um som congestionado e disse:
- Não venha me dizer isso. E eu preciso demais daquele remédio milagroso.
Ele pôs uma bandeja no criado-mudo com canja, água e suco, e disse:
- Não mesmo. O médico me advertiu para não misturar com o antibiótico e o xarope para a garganta. E nada de spray nasal também. Li um artigo sobre o assunto.
- Eu quero a minha tia.
Ele riu e plantou um beijo em seus cabelos emaranhados.
- Vou deixar você com a TV e o controle remoto, uma caixa de lenços, um livro e o telefone. Descanse bastante, eu volto logo.
- Preciso ir para a floricultura. A Fifi é péssima com os clientes.
- Ela vai se virar, não se preocupe. Agora tome a sua canja.
Ela murmurou algo enquanto ele fechava a porta.
Serkan dirigia o Fusca com um ar satisfeito. Já que Eda estava de cama, aquela era a oportunidade perfeita de trocar o óleo e os pneus do carro. Mais cedo, ele a levara ao médico, comprara os remédios e a acomodara sob os lençóis.
Uma parte dele olhava tudo do alto, observando que ele estava agindo como um marido. Um marido de verdade, não de mentira. O pior era a profunda satisfação que sentia com seu papel.
Deixou o carro na oficina, tirou os papéis do porta-luvas e se sentou para esperar o serviço ficar pronto. Na esperança de encontrar registros de outras idas à oficina, Serkan examinou os papéis bagunçados. Estacou ao ver a carta do banco rejeitando o pedido de empréstimo de Eda.
Leu a carta e observou a data. Mais de um mês atrás. Bastante tempo após o casamento. Depois de receber o dinheiro dele. O que diabos significava aquilo?
Seu celular vibrou e, distraído, atendeu sem ver quem era.
- Alô.
- Já era hora de atender minhas ligações.
Lembranças o arrastaram de volta ao passado. Acostumado, seu coração ficou frio, assim como seu tom de voz.
- Alptekin. O que você quer?
Seu pai riu.
- É assim que meu próprio filho me recebe? Como vai?
Serkan deixou a carta no colo e repassou a rotina de sempre.
- Estou bem. Já voltou do México?
- É, eu me casei. Esposa número quatro.
A mãe dele sairia de seu esconderijo para causar confusão - esse era opadrão usual. Ele era apenas um peão que tornava o jogo mais interessante. Nauseado, ele interrompeu:
- Parabéns. Escuta, estou sem tempo para bater papo, preciso ir.
- Tem algo que eu preciso conversar com você, filho. Me encontre para o almoço.
- Desculpe, estou ocupado.
- Só preciso de uma hora, no máximo. Arranje um tempo.
O alerta pulsava através do telefone. Serkan fechou os olhos, contraindo as pálpebras com força ao lutar contra seus instintos. Era melhor encontrá-lo, para o caso de Alptekin estar planejando contestar o testamento de seu irmão e exigir alguma coisa em relação à Art Life. Mas que merda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um acordo irresistível [Edser] ✅
FanficUma florista ambiciosa. Um arquiteto perfeccionista. E um relacionamento por conveniência de tirar o fôlego! Esperta, impulsiva, dedicada e prestes a se formar na faculdade de paisagismo, Eda Yildiz tem apenas um problema em sua vida: a falência da...