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A voz dele era sedutora e eu não consegui negar. Ele me levou para o telhado e eu deixei. Quis aproveitar a magia, quis fazer dessa fuga algo mais. O lugar não estava cheio, dois ou três casais aproveitando o ar fresco, observando as estrelas que brilhavam azuis acima de nós.
– Posso perguntar seu nome?
– Pode, mas não significa que eu vá responder. – sorri o meu melhor sorriso, o malicioso.
Ele estreitou os olhos de um castanho incrível na minha direção.
– Por que você parece estar sempre rindo de mim? – ele perguntou.
Dei de ombros, fingindo indiferença. Eu não estava rindo dele, apenas havia alguma coisa, alguma coisa que me deixava incrivelmente a vontade e feliz ao lado dele, como se meus problemas, minha fuga, não existissem. Era por isso que eu sorria.
– Gosto do seu sorriso, não pare. – ele murmurou.
Meu coração perdeu uma batida por causa das suas palavras.
– Me diga a verdade, qual o seu nome?
– Não é uma noite para verdades. – respondi.
Ele sorriu outra vez.
– O que pode me contar sobre você, então?
Pensei em suas palavras, em como responder sem revelar absolutamente nada. Por mais que eu me sentisse a vontade ao seu lado, não queria correr nenhum risco.
– Minha cor favorita é verde.
– Já é um começo. – o sorriso ainda estava em seus lábios. – O que mais pode me contar?
Dei de ombros outra vez. Ele pegou minha mão, colocou-a em seu ombro, segurou minha outra e colou o corpo ao meu. Eu não sabia muita coisa sobre dançar, mas não deveríamos estar tão perto assim, certo? Nos movemos devagar, sem sair do lugar.
