APAIXONADOS - 15

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SADIE SINK

Chego na biblioteca.

— Bom dia. - falo para Dona Betty, a funcionária que ficava na biblioteca. — Eu vim á mando da diretora para limpar os livros.

— Bom dia, Sadie. Pode começar esses dessa prateleira. - ela aponta. — Eu vou ao banheiro rapidinho mas já volto. Pegue esse pano.

— Ok.

Pego o pano e começo a tirar livro por livro e vou limpando cada um.
Após alguns minutos, eu tinha terminado de limpar uns dez livros.

A Dona Betty ainda não tinha chegado.

— Bom, parece que aqui só tem eu e vocês, livros. - falo sozinha.

— E eu, também. - me viro para olhar para a pessoa.

— Caleb? O que faz aqui?

— Não está claro? Vim te ajudar a limpar esses livros.

— Não precisa, stalker. Eu consigo limpar sozinha. - ele me olha com a olhar. — Ok, eu não vou conseguir.

— E mesmo que você consiga, com esse pique, você só iria terminar no próximo mês.

— Tem razão.

— Vamos começar.

A gente começa a limpar os livros, não falamos nada um com outro. Enquanto eu limpava uma prateleira ele limpava outra.

— "Amor não é coisa que se possa pedir a alguém."

— O quê? - pergunto sem entender.

— Anne Frank, O Diário de Anne Frank. Você já leu?

— Não.

— Nem eu. Mas dizem que é bom.

— Você já leu algum livro?

— Claro que já.

— Me diz um. - pergunto sem acreditar.

— Harry Potter e a Pedra Filosofal.

— Ah. Eu nunca li. É bom?

— Deve ser.

— Como assim "deve ser"? Você não leu ele?

— Eu li quando eu era menor, então eu não lembro muita coisa. Mas e você, já leu algum livro?

— Anne de Green Gables, eu vi a série, ela é muito boa. Você deveria assistir.

— Eu já tentei, mas parei no primeiro episódio. Ele tem uma hora de duração, fiquei com preguiça.

— Ok, nós vamos ver essa série juntos, ok?

— Mas temos que acabar "Cidade Invisível" primeiro!

— Então, Caleb. Eu meio que já terminei de assistir ela.

— Mas Sadie, nós estávamos assistindo juntos. Mas, ok, não tem problema se você me der qualquer spoiler eu te obrigo a assistir qualquer filme de terror comigo.

— Ok, ok. Sem spoiler, sem filme de terror.

— Por que somos amigos? - Caleb pergunta.

— Acho que é porque a gente faz bem um pro outro. A gente sempre se apoia e  a gente confia um no outro. - continuo limpando os livros sem fazer nenhum tipo de contato visual.

— Sabe o que eu mais gosto em você? - ele pergunta e eu olho para ele.

— O que? - pergunto curiosa.

— Dos seus olhos.

— Meus olhos? Porquê?

— Eles transmitem muita coisa. Eu posso saber o que você está sentindo apenas por um olhar.

— Então o que eu estou sentindo?

— Você está envergonhada.

— Tá, você acertou. Sabe o que eu mais gosto em você, Caleb? Como você sempre me ajuda. Desde sempre, você sempre me ajuda em tudo. Você sempre me deixa feliz, eu posso estar em uma tristeza profunda, mas você sempre vai conseguir arrancar um sorriso do meu rosto.

— Fico feliz em saber disso.

— Você também veio porque a diretora mandou? - Dona Betty pergunta.

— Ahn...

— Não, né. Pois bem. Pode ir deixando sua namorada aqui e vai para a aula.

— Eu não sou namorada dele.

— Tanto faz.

— Desculpa, ruiva. Vou ter que ir. Passo aqui para irmos para casa.

— Ta bom, stalker.

Ele sai.

🌌

CALEB MCLAUGHLIN

— Mas então quer dizer que vocês não namoram? - Dona Betty pergunta.

— Não. - rio.

— Sem querer, eu escutei vocês conversando, e pareciam que vocês estavam apaixonados. - eu rio.

— Somos amigos. Melhores amigos, para falar a verdade. Desde crianças.

— Uma pena, vocês ficam lindinhos juntos. Você gosta dela?

— Si... Quer dizer... Não.

— Você gagueijou. Você gosta dela.

— Pode ser, mas eu tenho medo.

— Medo? Medo de quê?

— E se não for recíproco? E se isso acabar estragando a nossa amizade. Eu não suportaria perder a Sadie.

— Não tenha medo. Você é jovem, precisa se arriscar. Experimentar coisas novas. As vezes acaba machucando? Sim, às vezes machuca, mas isso vai sempre servir de aprendizado. Vocês tem uma energia incrível juntos.

— Mas e se não der certo?

— Mas e se der certo? Por que vocês jovens só pensam no lado negativo das coisas? Você gosta dela, o que mais você está esperando? Conquiste ela. Se arrisque!

— Mas como eu faço isso?

— Faça ela se sentir única, se sentir especial. Elogie ela. Elogie as pequenas coisas. Ah... - ela suspira.-  Eu lembro de quando eu tinha alguém que gostava de mim. Ele sempre me fazia acreditar que eu era única. Até que um dia ele me deixou.

— Eu nunca vou deixar ela.

— Você não sabe, você não pode prever o futuro. Mas você pode fazer com o presente seja bom, e que você esteja com ela agora. Viva, não tenha medo, garoto.

— Você é uma ótima conselheira, Dona Betty. Obrigada pelos conselhos.

— Eu que agradeço garoto. Eu tinha esquecido o quanto o amor pode ser lindo. Mesmo vocês não sendo namorados, a amizade de vocês é linda e tem muito amor envolvido.

— Bom, agora eu vou para a aula. Tenha um bom dia, Dona Betty.

— Obrigada, querido.

MEU MELHOR AMIGO - CADIEOnde histórias criam vida. Descubra agora