CAPÍTULO 15 - DANILO FLASHBACK

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"Então acabou
Dessa vez eu sei que se foi
Água salgada, a bebemos por tempo demais
Eu apenas sei que estou errado
Agora eu sei que se foi"

Up in Flames - Coldplay 



Como podia alguém sentir tanta falta de uma pessoa tendo ela dormindo em seus braços?

Era exatamente assim que eu me sentia observando Ana dormir em meu peito. Suas malas estavam organizadas no canto do quarto, preparados para levá-la a São Paulo. O despertador tocará em cinco minutos e aproveito esse pequeno tempo para absorver sua presença.

Ela vinha se preparando para as palestras que apresentaria a empresas paulistas há dois meses, e ela sabia que isso seria um passo gigantesco em sua carreira. Eu sabia que uma parte dela estava fazendo aquilo para provar para seus pais que ela estava alcançando sucesso, que era melhor do que eles esperavam. Essa necessidade inconsciente de querer provar algo para seus pais não lhe faziam bem, eu tinha certeza, mas se era isso que ela precisava para tirar os anos de pressão de seu sistema, então eu a ajudaria a fazer qualquer coisa.

Observo seus traços serenos e relaxados e beijo sua testa suavemente, depois a ponta de seu nariz e seu lábio superior bem desenhado. Seus olhos tremulam e ela sorri um pouco, se apertando mais ao meu corpo.

-Você precisa parar de ficar me olhando dormir. - Ela diz, manhosa, afundando o rosto em meu pescoço. Seus seios esmagam meu peito e absorvo seu calor.

- Não consigo. - Digo, simplesmente, apertando-a um pouco mais.

- E por que não? - Ela pergunta, beijando meu pescoço com carinho.

- Por que você é a coisa mais linda que eu já vi.

- E o que isso tem a ver? - Ela pergunta, se afastando apenas o suficiente para que eu veja o riso se formando em seu rosto.

- Tenho medo de dormir, e tudo isso ser um sonho quando eu acordar. - Falo, não ligando de soar como o bobão apaixonado que eu sou.

- Gatinho... - Ela diz, com os olhos azuis derretendo. - Acho que você nunca falou algo tão fofo para alguém em toda a sua vida. - ela diz, com um risinho e eu reviro meus olhos. Num movimento rápido nos giro na cama, apertando seu corpo contra a cama.

- E depois dizem que somos nós, homens, que não somos românticos. - falo, beijando sua bochecha, pescoço, chegando até seus seios pequenos que apontam em minha direção. - Como podemos ser românticos quando vocês apenas zombam de nós? - Pergunto, a encarando com meu melhor sorriso arteiro, antes de sugar um mamilo com força. Ana arfa e enrosca suas pernas ao meu redor, me trazendo para mais perto.

- Acho que você vai ter que me ensinar a não ser tão cruel com seu coração sensível. - Ela diz, piscando os cílios bonitos com uma ingenuidade que convenceria até o papa. Abro um sorriso, mas antes que eu possa responder, seu celular começa a apitar, avisando que precisamos levantar. Eu grunho e me jogo sobre seu corpo, ouvindo-a reclamar também.

- Precisamos ir. - Ela diz, me abraçando. Eu me limito a concordar com a cabeça. Ela levanta minha cabeça e me encara com os olhos profundos brilhando em quase divertimento e também... saudade. - Vou sentir sua falta. - Ela diz e não aguento, grudo minha boca na dela e a beijo com tudo que tenho, como se essa fosse uma despedida que não quero ter. Porque não quero mesmo. Não quero passar nem um dia longe dessa mulher que me tira o fôlego.

- A lição vai ter que ficar pra depois. - Ela diz, me empurrando de cima do seu corpo. Eu grunho em frustração e ela ri, levantando da cama nua e seguindo direto para o banheiro, deixando um rastro de sua presença inebriante para trás. Me jogo de volta na cama, encarando o teto rindo como um idiota, e me pergunto como alguém pode ser tão feliz assim.

QUEBRADOS - Irmãos Fiori: Livro II - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora