CAPÍTULO 21 - DANILO

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E eu quero que você saiba 

Que você não poderia ter me amado de forma melhor. 

Already Gone - Sleeping At Last



Acordo com meu telefone tocando na cabeceira da cama.

Hoje é sábado e eu só queria descansar o dia todo. A semana na empresa havia sido massacrante e eu tinha conferido o alarme desativado duas vezes antes de apagar. Eu e Théo saímos para assistir a uma luta de MMA em um bar perto de seu trabalho e as cervejas haviam me relaxado o suficiente para dormir sem pensar demais em nada.

Alcanço o aparelho que vibra e apita e nem vejo o nome no visor antes de atender.

- Alô. - Eu digo, tendo certeza que soo tão sonolento quanto estava.

- Danilo, aqui é o Diego. - A voz grave diz do outro lado da chamada, me fazendo sentar na cama num pulo. Esfrego meus olhos para acordar. - Preciso que você venha até o apartamento do Salvatore.

- Agora? - Eu pergunto, já me levantando da cama e tirando meu short a caminho do banheiro.

- Sim. - Ele diz, simplesmente. - Tenho novidades. - Declara, e sem me dar tempo de questionar nada, desliga o telefone.

Tomo um banho gelado e rápido, engulo uma xícara do café que Théo deixou pronto antes de sair para seu plantão, e saio do meu apartamento tremendo levemente.

Entro no meu carro, respirando fundo durante todo o trajeto. Toda essa investigação estava me deixando ansioso pra caralho. Quando finalmente chego ao apartamento de Salvatore, olho pela primeira vez meu telefone, enquanto o elevador sobe. Cinco mensagens de Alex, e dez de Marina no grupo da família em letras garrafais dizendo que todos iríamos almoçar na casa de sua mãe. Pelos emojis autoritários que vieram depois, eu sabia que não tinha outra escolha além de ir.

- Que demora do caralho. - Salvatore diz, abrindo a porta para que eu entre.

- Eu moro do outro lado da cidade, seu porra. - Eu digo, enfiando meu celular de volta no meu bolso. Diego está sentado no sofá, digitando em seu computador e acena para mim com a cabeça.

- E aí, cara? - Eu pergunto, sentando na poltrona a sua frente.

- Não tenho muito tempo. - Ele me corta, colocando o computador na mesa de centro entre nós. - Quero que você assista isso.

Diego aperta o enter e o que parece ser um vídeo começa a rodar. "Parece" porque nem uma única imagem surge na tela, apenas uma grande e assustadora tela preta. O encaro com confusão, mas Diego está focado nos papéis em seu colo. Salvatore surge com uma garrafa de água com gás e a estende para mim, sentando do meu lado, assistindo ao "vídeo" também.

- Cadê o resto? - Salvatore pergunta, assim que Diego puxa o computador de volta para si.

- O que é isso? - Indago, confuso.

- Isso é a filmagem do bar no dia em que você foi drogado. - Diego fala e gosto que pela primeira vez, ninguém use "o dia da traição" para definir aquela noite maldita.

- Mas não tem nada. - Salvatore diz, olhando para Diego. O cara parece inatingível com a aura taciturna e silenciosa.

- Exatamente. - Diego fala. - Deletaram as imagens.

- O que? - Eu pergunto, finalmente chocado. Essa era a primeira prova concreta de que alguma coisa havia de fato acontecido naquela noite.

- Como isso é possível? - Salvatore pergunta, chocado também.

QUEBRADOS - Irmãos Fiori: Livro II - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora