CAPÍTULO 37 - ANA

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Se abra de novo

Eu acredito em segundas chances,

Por favor, me deixe entrar

Eu acredito em segundas chances...

Second Chances - Imagine Dragons



Me olho no espelho três vezes antes de sair de casa e me sinto estúpida por estar tão nervosa. Danilo já estava chegando para nosso passeio de moto e eu havia acordado ansiosa. As coisas entre nós pareciam ficar cada vez mais confusas – e ao mesmo tempo cada vez mais claras e simples.

Corro meus dedos por meu cabelo, o liso está do jeito que eu gosto, natural e com movimento. Escolhi uma calça jeans de lavagem clara, blusa branca e meu converse rosa que eu sei que ele adora. Não passei maquiagem nenhuma, porque com o capacete e o vento, acabaria o trajeto parecendo uma palhaça.

Meu celular vibra sobre a cama e sei que é Danilo, avisando que chegou. Passo perfume, alcanço minha bolsa transversal e saio de casa, trancando a porta atrás de mim.

Tento não pensar demais sobre o ritmo que as coisas estão tomando, ou na noite de ontem e nosso quase beijo. Estou feliz. Estar com ele me faz feliz, e isso era tudo que bastava por enquanto.

Quando saio do meu prédio e o vejo parado sobre a moto, segurando o capacete em seu braço, vestido de camisa branca e jeans, quase tropeço na calçada e dou de cara no chão. O bastardo era lindo demais. Lindo demais. O cabelo agora está tão comprido que cobre suas orelhas e ele parece ter ficado ainda mais definido nos últimos dois anos separados.

- Oi, gatinha. – Ele diz, sorrindo aberto assim que me vê.

- Oi, Dan.

Ele desce da moto, caminhando até mim e parando na minha frente. Seu cheiro me abraça de forma costumeira e quando ele se abaixa para beijar minha bochecha com carinho, mal consigo segurar o suspiro que se forma em meus lábios.

- Bom dia. – Ele sussurra próximo ao meu ouvido, e quase posso sentir o sorriso convencido que ele dá contra minha pele. Ele era um perigo.

- Muito bom de fato. – Eu rebato, dando um passo para longe do seu corpo, tentando manter minha cabeça sã e focada. Estávamos caminhando sobre uma corda bamba demais para o meu gosto.

- E está apenas começando. – Ele sussurra, felino que só ele, enquanto enfia o capacete reserva na minha cabeça, me ajudando com a trava. Depois coloca o seu e sobe na moto linda e vermelha que nos encara em expectativa.

Ele estica a mão em minha direção, num convite silencioso e nem preciso pensar, pego sua mão e subo na garupa, animada por estarmos fazendo isso juntos novamente. Estávamos revivendo todas as nossas primeiras vezes e pelo meu coração estúpido querendo sair do meu peito, eu estava gostando muito disso.

Danilo aperta meus braços ao seu redor e faço um carinho suave em seu abdômen, que o faz arrepiar e tensionar todo o seu corpo. Mal contenho a risadinha que se forma em minha garganta e ele me responde com um resmungo emburrado, enquanto liga a moto.

- Mãozinhas paradas ou vou acabar provocando um acidente.

- E nós não iríamos querer isso... Certo? – Pergunto, fingindo inocência.

- Não, espertinha.

- Só checando. – Rebato, falhando ao segurar o sorriso.

- Você ainda será minha morte, Ana Cecília. – ele diz, bufando.

QUEBRADOS - Irmãos Fiori: Livro II - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora