CAPÍTULO 11 - ANA

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Não se preocupe

As vezes você tem que deixar rolar

O mundo está mudando

Na frente dos seus olhos

- Love will keep us alive - Eagles 


- Eu ainda mato aquele cozinheiro dos infernos! – Cadu diz, entrando em minha sala com suas sacolas. Eu rio antes que ele consiga explicar o motivo de sua ira. Cadu odiava o cozinheiro do refeitório da empresa, mas eu tinha certeza que era uma paixão mal escondida.

- O que ele fez dessa vez? – Pergunto, voltando minha atenção para os papéis a minha frente. Graças a Deus o estagiário não tinha estragado o bendito do contrato das repartições coorporativas e por garantia eu estava fazendo cópias físicas de tudo. Cadu dispõe as sacolas na mesa de centro da minha sala, e eu me levanto indo até ele. Nos sentamos no pequeno sofá e ele me entrega minha embalagem de comida com talheres descartáveis.

- Botou abóbora na minha comida! – Cadu exclama, realmente puto. – Abóbora, Ana Cecília!

- Não me chame disso. – Eu digo, com uma careta. Cadu dá uma garfada monstruosa na comida (abóbora incluída) e bufa.

- Pra você sentir o meu livro de emputecimento! – Ele diz, irritado, tomando um gole de seu suco.

- Não sabia que você não gostava de abóbora. – Falo, ironicamente, comendo minha salada de legumes.

- Ah, eu amo abóbora! – Ele diz, me dispensando com um gesto. – Mas e se eu não gostasse? – pergunta, inquisitivo. – Ele só jogou lá, sem nem me perguntar, o arrogante dos infernos. – Ele diz, comendo mais uma garfada. Não me aguento e dou uma risada.

- Vai ver é porque você coloca abóbora na sua comida todo dia, espertinho. – Falo, bebendo minha água com gás.

- Mas e se eu não quisesse hoje?!

- Eu desisto de tentar ser razoável com você. – falo, ainda sorrindo e ele revira os olhos castanhos para mim.

- Quais são seus planos pra hoje? – ele me pergunta, mudando de assunto.

- Vou pegar minhas afilhadas e passar a noite com o Dani. – conto, já revirando os olhos para seu sorriso malicioso.

- Vai passar a noite com o Dani, é... – ele diz malicioso.

- Eca. – Eu digo simplesmente, a ideia me dando calafrios. Eu e Dani já havíamos nos beijado e testado os limites da nossa proximidade mas logo superamos porque não nos víamos assim. Ele era meu irmão e só e graças a Deus por isso.

- Eca?! – ele pergunta, incrédulo. – Você já viu aquele homem, Aninha?! – indaga, chocado. – Eu fico nervoso só de estar perto, nossa senhora... – diz, se abanando e eu rio.

- Não é assim entre a gente e você sabe. – digo.

- Eu sei... – fala, revirando os olhos. – Vocês pareceriam menos irmãos se fossem irmãos biológicos, chega a ser esquisito.

- Ele é meu pink. – digo, dando de ombros como se isso explicasse tudo.

- E você é meu cérebro. – Ouço uma voz grossa dizendo da porta, levo meus olhos até seu dono e vejo Daniel parado com toda a sua postura de homem de negócios me olhando com carinho. Ele está com seu terno de sempre e quase escuto Cadu suspirar.

- Oi pink! – Eu digo, me levantando para abraçá-lo.

- Oi, bebê. – Ele diz, dando um beijo em meus cabelos.

QUEBRADOS - Irmãos Fiori: Livro II - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora