Meu Coelhinho... (Jikook Híbrido)

Contigo?!?

Boa noite gente, desculpa a demora.

Boa leitura.

*** * ***

Ficamos um pouco em silêncio depois da frase extremamente fofa, até que eu arrumo coragem o suficiente para começar a falar.

- Eu fui adotado ainda pequeno pela família Min, nem me lembro de como era antes disso- suspiro alto, até meio dramático- não posso reclamar de muita coisa, mas, desde que me lembro por gente, sofri muita pressão.

- Do Senhor Min?

- Sim- concordo com um sorriso fraco, mesmo que ele não possa ver pela nossa posição- não era só comigo, Yoongi também foi muito cobrado desde que éramos pequenos.

- Isso piorou na sua adolescência?- penso um pouco antes de dar uma resposta simples, apenas um aceno de cabeça- Seu avô disse que você foi parar no hospital...- Kook guia o assunto de forma gentil, me fazendo me sentir um pouco mais confortável com a conversa.

- Eu não lembro de muitas coisas dessa fase e eu não sei exatamente o porquê.

- Tipo o Jun- o comentário de Jungkook vem hesitante, como se ele estivesse... não com medo de tocar nesse assunto, mas pisando em ovos.

- Eu não lembro de nada do Jun além do que tive em meu sonho, acho que ele possa ser a lacuna na minha memória- confesso- preciso falar com o Yoongi sobre isso.

- E depois do hospital?- por alguma razão, a massagem acaba, mas Jungkook começa um carinho suave no meu cabelo, ainda em cima de mim.

- Meu avô ficou inconformado comigo lá- podia ronronar com o afago gentil, mas apenas suspiro baixo- ele acusou meus pais de serem irresponsáveis por terem me pressionado a ponto de eu fugir de casa e me fazer ficar naquele estado.

- Foi muito perigoso o que você teve?- a voz do híbrido treme de leve e tento olhar por cima do ombro para ver seu rosto, falhando miseravelmente. Então, me contento em negar com um aceno.

- Eu só tive alguns arranhões e um ferimento leve na cabeça- passo os dedos pelo local, sem nenhuma cicatriz por ter sido apenas um ferimento superficial- ele não deveria ter me feito esquecer das coisas, então os médicos sugeriram que poderia ser mais algo psicológico que físico.

- Você foi em algum profissional?

- Fui- concordo depressa- eu apenas deixei de ir faz... - me mexo um pouco na cama, apenas para conseguir ver minhas mãos e usá-las no meu raciocínio- mais ou menos um ano. Mas ela apenas me disse que isso era normal por eu ter passado por uma situação traumática- enquanto falo, consigo derrubar ele de cima da minha bunda, para me sentar e me alongar um pouco. Por isso, consigo claramente ver os olhinhos arregalados dele por trás da máscara preta.

- Situação traumática?

- Sim- inclino a cabeça de leve, confuso com a reação dele- ela disse que minha briga com meu pai foi tão grande que gerou uma situação traumática.

O coelho-humano, então, respira fundo, parecendo que estava segurando o ar até então e sorri.

- Como foi morar com seu avô?

- Tranquilo- falo depois de refletir sobre como definir meus momentos naquela casa- e um pouco menos solitário- o coelho-humano continua me encarando, esperando por uma explicação mais detalhada- meu avô sempre passava o dia fora, então eu mal o via. Eu tinha minha vó como companhia quando estava em casa, a gente não conversava muito, mas era reconfortante.

- O Senhor Min aceitou bem?

- Eu me sinto em um interrogatório- confesso com um riso leve- é claro que ele não lidou bem, você tinha alguma esperança?