Dia 11: Angst

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Olá, como vão?

ALERTA DE: DEATHFIC! ANGST, SEM FINAL FELIZ!
Para quem não gosta desse gênero, eu sugiro que não leia a oneshot de hoje.

Ademais, hoje é dia de angst, bebê! 💜 Devo esclarecer que estou apenas em espírito aqui, postando para vocês, pois, desfaleci de desidratação ao escrever a oneshot. Para quem ler, espero que goste! 💜 E eu prometo que amanhã voltaremos a vibe do slice of life; fluffy. Ok?!

Foi inspirada na música "Untitled - Simple Plan". #amoh

Boa leitura! 💜

As gélidas gotas de chuva caíam sobre seu corpo, mas não o incomodavam

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As gélidas gotas de chuva caíam sobre seu corpo, mas não o incomodavam. Na verdade, a chuva trazia uma sensação reconfortante, como se os céus compadecessem de sua dor. Entretanto, ele não conseguia entender o aperto que sentia no peito; o porquê da angústia que o incomodava naquele momento.

Olhava com perceptível confusão tudo ao seu redor, tentando se localizar, a paisagem era estranhamente familiar e enquanto seguia em direção das luzes avermelhadas que destoavam em meio a escuridão da noite, pode constatar que havia algumas pessoas curiosas olhando para além da faixa "Crime Scene Do Not Cross".

Aproximando-se lentamente, constatou que havia vários carros de polícia junto de uma equipe de socorristas que desciam apressadamente da ambulância, indo ao socorro de uma pessoa que saía cambaleante de um veículo prata. Visivelmente, alterado.

Analisando melhor a cena, ele percebeu que, de fato, estava presenciando um acidente automobilístico onde dois carros haviam se chocado de frente. Todavia, apenas uma pessoa conseguiu sair com vida. Provavelmente, o acidente tinha acontecido por causa da irresponsabilidade do rapaz embriagado, que fazia o teste do bafômetro, testando positivo, sendo algemado em sequência.

Seus olhos automaticamente encheram-se de lágrimas. A dor no peito aumentando sufocantemente conforme seguia em passos vacilantes em direção ao carro vermelho. Sua visão estava embaçada devido a torrencial chuva que começara a cair dos céus, misturando-se com seu próprio pranto sôfrego que subia pela garganta, causando solavancos brutos em seu corpo ao reconhecer a pessoa que jazia com a cabeça encostada sobre o volante.

Era o amor da sua vida ali, seu primeiro e único namorado; seu melhor amigo, repousando dentro daquele carro, tão sereno que poderia dizer que estava dormindo, se não fosse pela mancha avermelhada que escurecia os fios de cabelo que tanto amava. Vermelho era a cor de ambos, e doía pensar que ele sempre ficara tão bem nela.

Caindo de joelhos ao chão, seus gritos reverberavam pelo lugar, dolorosos, arranhando a garganta enquanto encolhia-se clamando o nome do outro. Chamando por ele, desesperadamente... Não, não poderia ser verdade! Não era para tudo terminar assim, entre ambos, de forma abrupta! Ele não podia deixá-lo, como viveria sem sua companhia? Com quem compartilharia seus medos e anseios? Quem o abraçaria após uma crise de ansiedade? Não... Não era justo, não era real! Era egoísmo demais partir, e deixá-lo para trás. Sozinho.

Você percebe o quanto eu preciso de você agora?

O tempo pareceu parar, estava entorpecido pela cena que se desenrolava à sua frente, em câmera lenta: os bombeiros cortando a porta do veículo, pois o rapaz estava preso entre as ferragens; o corpo sendo posto em uma maca que seguiu em disparada para dentro da ambulância, tendo a camisa retirada para que os paramédicos tentassem a manobra de ressuscitação. O peito subindo e descendo uma, duas, três vezes em meios as descargas elétricas do desfibrilador. Porém, todas foram em vão.

Sem pulsação. Nada. Sem qualquer resquício de vida. Fim.

Respirar havia se tornado impossível. Ele não queria ficar para trás, não! Levantando-se por sobre joelhos trêmulos, caminhou na direção do outro, engasgando-se entre as tentativas falhas de normalizar a própria respiração. Agarrando-se ao corpo do namorado, como se de alguma maneira pudesse trazê-lo de volta. Chamando-o enquanto chorava copiosamente.


O quarto estava relativamente escuro, talvez fosse início de noite. Sentou-se de supetão, limpando o rosto molhado, percebendo que tinha chorado de verdade. Suas mãos tremiam, o coração batia acelerado, respirava ruidosamente em busca de ar. Um bolo incômodo havia se formado em sua garganta, ele olhava ao redor tentando normalizar a respiração enquanto repetia a si mesmo que estava tudo bem, era só um sonho ruim.

Após inspirar e expirar algumas vezes, seguiu em direção à cozinha para beber um pouco de água para ver se ajudava a "engolir" àquela maldita angústia que persistia consigo. Aproveitou para pegar o celular, na intenção de ligar para o namorado, e saber se ele estava voltando para casa. O barulho de um relâmpago, seguido por um clarão, iluminou parcialmente o cômodo, fazendo seu corpo arrepiar-se involuntariamente. Como um mau agouro.

Observando a chuva que caía através da janela da sala, Eijirou soltou a respiração ao ouvir a chamada sendo atendida, após três tentativas consecutivas. Porém, antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, a voz do outro lado, que se identificava, não era a de seu namorado.

Não tinha sido apenas um sonho. Katsuki, de fato, havia partido.

– Otptober challenge –

Coletânea Kirishima & BakugōOnde histórias criam vida. Descubra agora