Dia 26: Fantasia

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Olá, como vão?

O plot de hoje é mais um oferecimento da AkabaneYato! 🧡 Eu travei total com a temática do dia, e ela me salvou de não pulá-lo! Acabou que nos atrasamos escrevendo, e estou aqui na correria postando o capítulo... Desculpem por deixar vocês confusos, e aguardando a atualização. Enfim.

Esperamos que vocês gostem! 🧡

Boa leitura! 🧡

Os sons de canhões faziam com que seus ouvidos começassem a zunir

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Os sons de canhões faziam com que seus ouvidos começassem a zunir. Por muito pouco, Eijirou conseguia distinguir as ordens que seu capitão os dava. Não era a primeira vez que estavam sendo atacados, mas, desta vez, definitivamente, o estrago estava sendo muito pior do que qualquer outra. Muitos de seus companheiros já tinham se jogado ao mar, acreditando que essa seria a melhor escolha para suas sobrevivências. Covardes! Se não morressem afogados ou devorados por algum animal marinho, com toda certeza, seriam caçados pelo bando de piratas rivais assim que passassem por esse apuros.

Kirishima caminhava por todo o convés, ajudando alguns de seus companheiros a se reerguer, e voltar a contra-atacar o navio inimigo. Não eram somente tiros de canhões, mas os revólveres também ajudavam naquela caótica cacofonia. Se não fosse algo por qual ele tivesse passado diversas vezes, diria que a qualquer momento seus ouvidos iriam sangrar.

Porém, as coisas começaram a ficar complicadas quando tochas foram arremessadas, com força o suficiente para atingirem algumas velas. As balas de canhões também tiveram suas trajetórias alteradas, sendo o alvo: os mastros do navio. Não precisou de muito tempo para que um deles quebrasse, partindo-se ao meio e tombando em direção à proa do navio, destruindo toda a estrutura de madeira que encontrava pela frente.

O caos se alastrou pelo convés, os homens gritavam, clamando por ajuda; outros, agonizavam pelo chão, feridos; a fumaça negra incomodava tanto seus olhos quanto os pulmões. Estava difícil respirar, e em meio a catástrofe que acometia a tripulação ao qual fazia parte, Kirishima ponderava se havia chegado o momento de o majestoso Crimson Riot repousar no fundo do mar... Seus olhos, automaticamente, encheram-se d'água enquanto cambaleava e tossia, desviando-se às cegas do ataque inimigo.

Uma nova rajada de balas de canhão foi lançada, Kirishima ouviu somente o som da madeira estalando, quando o segundo mastro fora atingido. O ruivo só teve tempo de olhar na direção que a enorme estrutura de madeira cedia, correndo para bombordo, no intuito de se proteger e não ser esmagado. Porém, ele não havia previsto que, diferente do primeiro mastro que caíra em direção ao mar, o segundo estava tombando para o lado esquerdo. Abriu-se uma enorme fenda no convés, Kirishima foi lançado ao mar.

O impacto na água doeu, como se seu próprio corpo pesasse toneladas ao atingir o oceano. Eijirou submergiu alguns metros, diversas balas de canhão; pedaços de madeira; partes do navio, vez ou outra, caíam próximas a ele. Estava escuro e frio; muito frio. Kirishima nadava, ansiando alcançar a superfície, norteando-se em direção aos clarões que resplandeciam acima de si. A cada nova impulsão, era como um sopro de esperança em seu peito, pois, Eijirou estava começando a sufocar por estar há tanto tempo em apneia.

Tomado pelo desespero, o ruivo usou os últimos resquícios de força, e lucidez, para impulsionar o copo avidamente para cima. Seus pulmões queimavam, o ato de inspirar, tão intrínseco à natureza humana, nunca antes pareceu angustiantemente necessário naquele momento. A pressão em seus ouvidos era esmagadora; sua cabeça latejava. Pouco a pouco, Eijirou foi perdendo as forças; conquanto, em um estado mental de confusão, teve a estranha sensação de ser envolvido por braços fortes, antes de tudo se tornar escuridão.

[...]

Eijirou acordou com um estranho peso sobre si, sentindo um calor acolhedor percorrendo por todo o seu íntimo. A sensação de cansaço, dores físicas e da roupa molhada roçando em seu corpo, sumiram. Era agradável a sensação de plenitude, e Kirishima permitiu-se sorrir, abrindo as pálpebras devagar... Dando de cara com outro par de olhos tão rubros quanto os seus!

Por alguns segundos, que pareceram uma eternidade, Eijirou e o estranho loiro encararam-se de olhos arregalados. Cada qual, perdido e fascinado pelos detalhes tão específicos da fisionomia de cada um. Kirishima observava embasbacado os traços delicados do rosto alheio: a pele era lisa, branca e brilhosa, com guelras nos lugares das orelhas; ao redor das maçãs do rosto e têmporas, era uma mistura de escamas corais e pele. O ruivo nunca tinha encarado tão de perto um tritão antes!

Do outro lado, Katsuki estava, genuinamente, curioso em relação a beleza daquele humano. A face amorenada pela excessiva exposição ao sol, possuía sardas embaixo dos olhos e no nariz; havia uma cicatriz da pálpebra direita até a sobrancelha, dando uma charmosa singularidade ao rosto do rapaz. A barba era cheia, mas aparada, e tão ruiva quantos os curtos cabelos. Bakugou não tinha contato com humanos, porém, naquela noite, foi impossível não salvar a vida deste ao vê-lo se afogar.

Passado o torpor inicial, o tritão rapidamente se recompôs, abrindo um sorriso de dentes cerrados na direção do ruivo abaixo de si, olhando-o de forma selvagem, ao levantar o queixo e retirar-se de volta para o mar. Xingando o ruivo em alto e bom tom, Katsuki nadou para além da quebra das ondas, olhando uma última vez para trás, dizendo 'adeus' para o estranho que salvara antes de mergulhar.

Eijirou levantou-se de no mesmo instante, reparando, agora, que estava na baía próxima ao Porto, entre as pedras, e a luz do luar iluminava o mar escuro à sua frente, dando um ar mais etéreo a pele do tritão. Ele não entendeu o que o loiro havia "dito" para si, pois, era um som agudo e semelhante ao produzido pelos golfinhos, porém, ergueu a mão em despedida quando o viu virar em sua direção mais uma vez, sorrindo e meneando a cabeça positivamente em agradecimento.

Sua vida fora salva por um bonito tritão de cauda coral.

– Otptober challenge –

Coletânea Kirishima & BakugōOnde histórias criam vida. Descubra agora