Capítulo 14 - Esperas Necessárias

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• Narradora

* Fevereiro daquele mesmo ano...

O dia seguinte à corrida de cavalos no acampamento havia sido bem menos agitado que o anterior, obviamente. Muita coisa havia acontecido, mas o que de fato houve será contado com detalhes em um outro momento…

Nathália e Maxwell ajudavam alguns semideuses a levar os cavalos de volta até os estábulos. Os dois aliás, apesar de implicâncias frequentes, eram até muito amigos. Não tinha como dizer o contrário mesmo que as vezes Max soltasse uma frase ou outra que fazia Nathália querer fingir que nem o conhecia.

Fora isso, a amizade entre os dois havia se estendido muito graças ao dia anterior. O problema era que o exemplo mais próximo do que havia acontecido era o de um elástico sendo puxado por ambos, cada um segurando uma ponta.

Então se um dos dois soltasse acabaria machucando o outro.

— Obrigada pela ajuda, Rafael — a filha de Atena agradeceu levando o olhar até o rapaz que também estava ali para ajudar. E não só ele… — Ah, obrigada também, Elliot.

Os dois filhos de Apolo assentiram sorrindo para ela e para Maxwell. Logo em seguida Elliot esticou a mão para bagunçar o cabelo de Rafael que franziu o nariz.

— Vamos, maninho? Aposto que chego até a arena antes de você — sugeriu ele, erguendo a sobrancelha para o meio irmão. Ou melhor, irmão. Os dois eram muito próximos, quase como se tivessem crescido juntos.

Elliot era um pouco mais velho que Rafael, uns dois anos apenas, e quando o mais novo chegou ao acampamento o rapaz acabou tomando certa responsabilidade por ele, se tornando o irmão mais velho que Rafael nunca havia tido.

A relação bonita de irmãos deles parecia inabalável.

— Não faz isso, me sinto criança — reclamou o outro enquanto afastava a mão de Elliot, porém logo abriu devagar um sorriso dando um passinho sorrateiro para trás. — Okay, apostamos dez dracmas! Eu chego primeiro!

Anunciou ele antes de começar a correr para fora do estábulo, deixando Elliot chocado.

— Ei, espera, eu não disse que estava valendo! — gritou ele antes de ir atrás de Rafael, fazendo Nathália e Maxwell rirem juntos da cena.

Os dois se olharam nesse meio tempo, fazendo Nathália abaixar a cabeça rapidamente em seguida, ruborizada ao se lembrar da tarde do dia anterior.

— Hm, então — ela puxou assunto visto que o silêncio era muito pior do que conversar. — Por que aqueles dois estão tão empolgados?

Maxwell deu de ombros se aproximando de um dos cavalos para desafivelar e retirar a cela.

— Os filhos de Apolo vão fazer uma competição de arquearia daqui a pouco.

Nathália assentiu, desistindo de ficar parada já que estava muito inquieta por estar sozinha com Maxwell, e tentando então retirar a cela do outro cavalo. Porém o animal também não estava muito mais calmo e se mexeu, recusando-se a ficar quieto. A garota bufou.

Max riu se aproximando para tentar ajudá-la, contudo o cavalo mais uma vez não colaborou, reagindo mal a mais uma pessoa tentando arrancar a cela. O mesmo relinchou, erguendo o corpo e as patas dianteiras.

O movimento súbito do equino acabou assustando Nathália que deu um pulo para longe do animal, acabando por tropeçar num ancinho que estava no chão. Numa reação automática para se apoiar em algo e não cair, ela esticou a mão e segurou o braço de Maxwell que, na surpresa da ação dela e sem nenhum sustento mais firme, acabou indo junto para o chão.

Os Olhos da CorujaOnde histórias criam vida. Descubra agora