Capítulo 16 - Mensagem De Íris

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• Nayelly

Eu só me lembro de pegar no sono enquanto conversava com Rafael.

O certo seria que eu voltasse para o meu saco de dormir assim que os primeiros bocejos começaram, mas conversar com o filho de Apolo estava sendo tão bom que me esqueci completamente.

Então, quando acordei, achei que estaria sozinha na cama, mas não.

Nós dois devíamos ter dormido na mesma posição em que ficamos conversando, pois a primeira coisa que vi quando abri os olhos foi o rosto de Rafael. Não estava perto demais, porém a distância também não era um fator muito existente. O braço de Rafael estava ao meu redor, sua mão curvada contra a minha cintura.

A vergonha me atingiu primeiro, deixando que um rubor, já muito típico, se espalhasse por meu rosto. Ele dormiu mesmo ali, tão perto?

Por Zeus, como vou levantar daqui..., pensei enquanto tentava me afastar dele para sair da cama. Não que ali não estivesse confortável demais, o problema era se outras pessoas vissem a cena. E eu estava decididamente constrangida pela situação ainda que eu sentisse que não precisava ter esse sentimento.

Nós dois havíamos nos aproximado mais ontem, não é? Bem, no sentido literal da palavra...

Me mexi mais uma vez para levantar, mas o braço de Rafael me deteve e me perguntei se ele estava mesmo dormindo pois não era possível que ele tivesse toda aquela força mesmo em sono.

Mas pela forma como sua respiração estava calma e de como ele emitia um ressonar suave, o semideus estava mesmo adormecido.

Suspirei, tentando pensar em algum plano que não incluísse acorda-lo e muito menos cair da cama com algum movimento brusco para trás, mas minha cabeça estava uma bagunça graças a sonolência.

— Devo perguntar?…

A voz repentina me fez arregalar os olhos e virar a cabeça para a direção da porta do quarto. Elliot olhava para mim e para Rafael com uma expressão estranha e indecifrável. Não sei porque, mas uma força esquisita não deixou que eu evitasse me sentir mal.

— Talvez não… — respondi em voz baixa, apertando os lábios em seguida. O clima estava esquisito. Tentei de novo me mexer para levantar, mas foi inútil pois agora eu havia sido puxada para mais perto por Rafael. Olhei para Elliot. — Hm, Elliot? Você me ajuda?

Ele demorou um pouco para responder, mas assentiu e veio até mim. Estiquei as mãos na direção dele e o mesmo me pegou pelos pulsos gentilmente, contudo me puxou muito rápido do abraço firme de Rafael. O que eu não sabia era que o semideus que dormia iria acabar vindo junto com o movimento repentino, então, quando meu corpo estava livre, o dele acabou rolando para a ponta da cama e caindo no chão de uma forma que com certeza deve ter doído.

Aturdido, Rafael se levantou com um gemido de dor pela queda. Seu olhar bateu em Elliot e em mim quando estava em pé. Seu rosto endureceu.

— O que você acha que está fazendo? — ele perguntou, de forma ríspida ao meio irmão se aproximando dele de maneira perigosa.

Ela pediu. — Elliot respondeu se inclinando na direção dele da mesma forma, segurando meu pulso novamente, agora com a intenção de me afastar dali para continuar seu embate com Rafael.

— Nem tente! — eu pedi, ou ordenei afinal naquele momento tanto fazia, enquanto novamente me meti entre os dois. Eles não podiam fazer nada se eu estivesse ali no meio. Porém isso não impedia que eles se encarassem mortalmente. — Eu estou cansada disso, vocês dois precisam de uma terapia intensiva. Elliot eu pedi que me ajudasse a levantar e não que jogasse o Rafael no chão!

Os Olhos da CorujaOnde histórias criam vida. Descubra agora