Capítulo 18 - Estilhaços

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• Nathália

— É bom rever vocês. Só não pensei que seria tão cedo — Mackenzie sorriu mais uma vez, apertando o pescoço de Nayelly que ofegou sem conseguir se afastar do espelho onde fora encurralada. — Mas, ah, quando Phobos me disse que vocês estavam atrás das armas também… fiquei feliz por poder me reunir com meus antigos amigos para trocar algumas palavrinhas.

Oh, mas que beleza, rolei os olhos, me movendo para tentar me afastar da garota morena que me segurava, porém foi em vão. Uma de suas mãos estava passada firmemente entorno de meus ombros e a outra apontava uma espada para meu pescoço.

Se quisesse me safar daquilo, eu precisava que alguma distração ocorresse para conseguir me livrar dela…

— Nenhum de nós somos seus amigos. — Marina, ao meu lado, respondeu à Mackenzie, sua voz era cortante e ela deu muita ênfase na palavra "nós". Eu bem sabia que ela não falava apenas das pessoas do grupo da missão.

— Marina, Marina… — Mackenzie se afastou de Nayelly, finalmente soltando-a e minha irmã se deixou cair, sem fôlego, para ter onde ficar apoiada. O reflexo de Mackenzie estava por todos os lados, inclusive nos espelhos dos meninos. — Não fale do que você não sabe. Matthew… ele deve ter ficado chateado comigo, mas ele sabe dos meus motivos. Me conhece tão bem quanto eu o conheço. Você é que veio depois e atrapalhou tudo.

Franzi o cenho. Como assim Matthew sabia os porquês daquela garota detestável?

Marina não pareceu compartilhar da mesma dúvida naquele momento, ocupada em grunhir, provavelmente ofendida pela última frase de Mackenzie. Ela se remexeu para escapar dos braços que a seguravam e eu tinha certeza que se pudesse já teria pulado na Cabelo de Salsicha.

Mackenzie suspirou se voltando para os meninos.

— Hmm — murmurou ela, se aproximando para passar os dedos da mão livre pelo ombro de cada um. Eu fiquei inquieta quando a filha de Ares começou por Maxwell. Ela parou seu percurso especificamente em Elliot. Seu olhos se estreitaram enquanto via os do semideus completamente vidrados em sua própria imagem. — Você também, Elliot. Dos três, é o único que eu gostaria que ficasse aí para sempre, contemplando sua existência exatamente como o egoísta que você é.

A amargura na voz dela, me deixou incrédula e mais uma rodada de perguntas me atingiu. O que diabos havia acontecido de tão ruim envolvendo Elliot?

— Bem, eu estou enrolando — continuou a ruiva, de súbito, se virando de volta para nós. Seu olhar se focou em Nayelly e ela sorriu, se aproximando. — E então? Vai me contar como descobriram esse lugar?

Ah, até parece que íamos entregar o jogo todo à essa lambisgoia...

— Eu vou… — Nayelly respondeu de imediato, puxando o ar mais uma vez ao respirar fundo. Ela levou os olhos a mim, enquanto eu absorvia sua resposta com certo choque, mas então ela fez um rápido sinal com os dedos no chão, girando seu indicador. Quase em atraso eu entendi a mensagem apesar de estar preocupada em como funcionaria.

Pelo menos estava até o dez segundos seguintes.

Nayelly se apoiou nas mãos atrás de seu corpo, erguendo uma das pernas e a girando junto ao seu corpo de encontro às de Mackenzie. A rasteira fez a filha de Ares ser derrubada no chão, a mesma caindo com um grunhido surpreso e irritado. Nayelly se levantou após isso, dando as costas e correndo para os corredores de espelho.

Mackenzie se levantou, furiosa, e correu atrás dela em meio ao labirinto.

Certo. Agora era a minha vez.

Os Olhos da CorujaOnde histórias criam vida. Descubra agora